Entrevista Exclusiva com Tom Chaplin

Fãs de “One Tree Hill” certamente lembram de como os hits da banda britânica Keane, como “Everybody’s Changing”, foram destaque da trilha sonora da série que tanto nos inspirou.

 

 

Tom Chaplin, o vocalista do Keane, recentemente lançou seu primeiro álbum solo “The Wave”, e a nossa repórter Diana Camara teve o prazer de bater um papo exclusivo com ele, em Los Angeles.

O cantor abriu o coração pra gente e nos contou como saiu da escuridão, superando seus vícios e encontrou a luz, reinventando a própria carreira, e revelando seus segredos através das canções, todas compostas por ele, em seu novo álbum. Um papo franco, sincero e inspirador. Imperdível conferir.

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Por: Diana Camara

Em apenas dois meses, os dois singles lançados do seu novo álbum “The Wave” já são um grande hit com mais de 1 milhão de visualizações no Youtube e 2,6 milhões de plays no Spotify. Como você se sente no atual momento da sua carreira solo?

TOM: Depois de tantos anos como integrante da banda Keane, este e um momento especial pra mim, porque o Tim escrevia a maioria das musicas da banda, então eu não atuava como compositor, e por mais divertido e importante que aquele período foi na minha vida, não posso nem comparar com o atual momento, onde estou cantando as minhas próprias musicas. Com isso, tudo que esta acontecendo agora e como se fosse a primeira vez, e eu estou muito animado de sentir isso depois de 15 anos de uma carreira de sucesso na banda. Acho que a gente acaba se acostumando e não dando tanto mais valor a cada momento especial que acontece na nossa vida, e este novo trabalho esta me proporcionando isso, sentir o frio na barriga de novo. Estou me sentindo muito motivado, e e muito bom sentir isso, recomeçar, depois de todos esses anos.

Como você disse, você compôs todas as músicas deste novo álbum, que fala do homem por trás desta famosa banda britânica, até que ponto este álbum reflete a sua trajetória pessoal?

TOM: Bastante, como você colocou eu revelo muito sobre mim mesmo neste trabalho. Eu sempre fui uma pessoa muito privada, até porque falar da gente mesmo é um assunto importante demais, mas eu me abri através dessas músicas, eu compartilhei muito da minha jornada nesses últimos anos, que por sinal teve seu momento difícil, mas eu contei também como foi sair do fundo do poço, o que foi uma experiência fantástica. Eu cheguei naquele ponto que tinha perdido o controle da minha vida e eu pensei que fosse perder tudo, e dois anos depois cá estou com meu novo álbum, fazendo um tour pelo mundo, com uma nova banda maravilhosa, e eu estou muito confortável em contar a minha história, e através dela me conectar com as pessoas, o que mudou até a minha relação com a própria música. O que você está ouvindo agora não é só uma canção, mas a voz que conta uma história bem pessoal é reveladora.

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Você mencionou que foi da escuridão à luz, alguma das músicas que você escreveu te assombrou?

TOM: Verdade, acho que vários elementos da minha própria história são assombrados, porque o fato de ser viciado em drogas é assombrador, o vício causa aquela excitação ilusória, mas na verdade está te destruindo, é uma realidade que te leva ao extremo ate você se conscientizar e dizer pra você mesmo que tem que parar, dar um fim naquilo, porque você sabe que se continuar fazendo aquilo vai morrer, então você tem que arrumar um jeito para sair daquela situação, e não é fácil parar de beber e se drogar quando você é viciado naquilo. O mais difícil é que você tem que começar a ser honesto e compartilhar a sua realidade, coisas que você tem vergonha, com outras pessoas, você tem que pedir ajuda para conseguir ter forcas e energia para se recuperar, e isso por si só é bastante assombrador. Os primeiros meses são muito difíceis, você tem que admitir vários erros, mas uma vez que você consegue passar por este período inicial, é muito libertador, me senti tirando um peso dos meus ombros, e pode soar até arrogante o que vou dizer agora, mas uma vez que eu deixei o vício, até o processo de compor as músicas, gravar o álbum, ensaiar o show, tudo ficou muito mais fácil, fluiu muito melhor, como se todos os meus fantasmas tivessem desaparecido.

Eu sou muito fã do seu novo álbum, adorei especialmente “Still Waiting”…

TOM: Obrigado! Na verdade, “Still Waiting” é uma das canções mais profundas deste álbum, mais tristes, tem até uma luz no fim do túnel, de certa forma, mas é triste. É uma canção que fala de como estar preso aquela situação, eu gosto da melodia, mas também gosto da letra, pois é um das canções mais poéticas do álbum.

Still Waiting

 

 

Eu gosto também que essa música é muito honesta, você se abriu pra gente. Obrigada, achei incrível. E falando em fãs, você esteve algumas vezes no Brasil com o Keane, e nos sabemos que os fãs brasileiros são muito entusiasmados, como foi a sua experiência no nosso país?

TOM: Sim, estivemos lá algumas vezes e a experiência foi maravilhosa, não só no Brasil, mas na América Latina em geral. Levar uma tour para lá sempre requer muito planejamento e às vezes pode ser cansativo, pois é longe e temos que viajar muitas horas de um lugar pra outro, mas é sempre tão compensador, porque é tão diferente da Inglaterra, tão especial, as pessoas são sim entusiasmadas, e o melhor é que elas são honestas, te recebem de coração aberto, acho que isso fascina todos os cantores e bandas que se apresentam lá. E eu ja falei isso muitas vezes, mas amo visitar o Rio, tem uma luz, uma beleza, uma energia incomparáveis, eu adoro o Rio.

Você teve a chance de fazer passeios turísticos no Rio?

TOM: Sim, a gente fez. Fomos no Cristo, saímos pra pescar, passear no mar, e eu joguei golfe no Rio algumas vezes.

Jogou golfe no Rio?

TOM: Pois é, soa engraçado, mas é verdade. Lembro da comida também e de jogar futebol na praia. O bacana de estar lá é que a gente sai da Inglaterra, onde todo mundo é discreto, reservado e é recebido com toda aquela alegria. É um choque cultural fantástico. risos… Eu espero poder voltar lá em breve.

Qual banda/músicos te inspiraram na juventude e por quê?

TOM: Vários, eu gosto de músicas e bandas que me levem a um lugar especial na minha vida, me fazem lembrar um tempo ou um momento importante….quando eu era criança amava o Queen, Michael Jackson. Na adolescência, ouvi muito os Beatles. Eu sou apaixonado pela histórias deles também, como eles transformaram o mundo em 8 anos. Eu na verdade, gosto muito das histórias por trás das canções, sempre gostei, acho que pra contar histórias que segui essa carreira.

Muitos dos nossos leitores são adolescentes, jovens que sonham em seguir uma carreira no show business, e alguns ficam deslumbrados pelo glamour da sua profissão, qual conselho você daria para eles?

TOM: Você tem que seguir essa carreira pelos motivos certos, se você faz isso pela fama, dinheiro e pra ser vangloriado, provavelmente você está fazendo isso pelos motivos errados. No meu caso, um dos principais motivos que escolhi ser músico, e porque quando componho me conecto comigo mesmo, escrever uma música me ajuda a me conhecer melhor, explorar partes de mim mesmo que eu desconhecia, isso além de ser uma maneira de documentar a minha própria história. E quando você tem sorte de gravar a sua música, e fazer um tour pelo mundo, isso vai te dar a oportunidade de se conectar com várias pessoas. É louco e inexplicável até o sentimento de você ver pessoas de diferentes culturas cantando as suas músicas, e saber que de certa forma elas entendem a sua mensagem e se identificam com ela. Este é o lado mágico desta profissão. Mesmo que você esteja tocando num bar pra 5 pessoas, tem todo o mérito e todo valor por conta da sua conexão com aquelas pessoas, às vezes ela é até maior do que quando você esta tocando para uma multidão, é isso que toca a gente profundamente. São nesses momentos que você vê o propósito de fazer a sua música, e pra mim é isso que uma pessoa que pretende seguir essa carreira deve buscar. É uma vida super legal, mas você tem que fazer isso pelas razões certas.

Muito obrigada apor conversar com a gente.

TOM: Imagina, obrigado. Foi um prazer.

“Hardened Heart”

 

 

Para saber mais sobre os sucessos de Tom Chaplin, acesse:

ps_tom_chaplin

www.tomchaplinmusic.com

Um comentário sobre “Entrevista Exclusiva com Tom Chaplin

  1. Amei a oportunidade de entrevistá-lo! Confesso que fiquei ainda mais fã desse artista tao talentoso e, o melhor de tudo, simpático, humilde, era possível ver verdade em seus olhos, e ele em todos os momentos demonstrou paixão pela música! Sucesso!!

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