Minha Vida Mora ao Lado: Romance traz primeiro amor, decisões e desafios

Por: Carl

Huntley FITZPATRICK
Editora VALENTINA
2015
320 páginas

SINOPSE: Os Garrett são tudo que os Reed não são. Barulhentos, caóticos e afetuosos. São de verdade. E, todos os dias, de seu cantinho no telhado, Samantha sonha ser uma deles, ser da família. Até que, numa noite de verão, Jase Garrett vai até lá e… Quanto mais os adolescentes se aproximam, mais real esse amor genuíno vai se tornando. Contudo, precisam aprender a lidar com as estranhezas e maravilhas do primeiro amor. A família de Jase acolhe Samantha, apesar dela ter que esconder o namorado da própria mãe. Até que algo terrível acontece, o mundo de Samantha desmorona e ela é repentinamente forçada a tomar uma decisão quase impossível, porém definitiva. A qual família recorrer? Ou, quem sabe, Sam já é madura o bastante para assumir suas próprias escolhas? Será que está pronta para abraçar a vida e encarar desafios? Quem você estaria disposto a sacrificar pela coisa certa a se fazer? O que você estaria disposto a sacrificar pela verdade?

Não tinha intenções de ler um romance pelos próximos meses, mas o título de MINHA VIDA MORA AO LADO me chamou a atenção por sua intensidade. Isso porque é difícil você encontrar um sentimento tão forte em alguém que justifique chamar de sua vida. Hoje em dia, as palavras perderam um pouco a força, pelo uso constante e sem significado. Basta você sair uma vez com uma garota(o) para ouvir, ou dizer, eu amo você. Amor é algo profundo, que não pode ser dito de forma leviana. Pelo menos para mim.

O que encontrei na história de Samantha e Jase, embora narrado de forma tímida, principalmente nas partes mais sensuais, chega perto dessa minha definição.

Sam é filha de uma mãe solteira, que está iniciando sua subida na vida política. O relacionamento das duas é distante, ditado por regras rígidas e sob o efeito de falsidade que a profissão da mãe exige. Para piorar, a mãe de Sam começou um romance com um homem mais jovem, mas bem mais cínico e ambicioso que ela, que não mede atitudes para atingir seus objetivos.

Jase é filho do dono de uma loja de ferragens e madeira, e um dos muitos integrantes de uma família grande, barulhenta, bagunceira, mas fundada na educação e no amor. Ele é vizinho de Sam desde criança, mas nunca se falaram. Isso, porque a mãe de Sam não suporta a família dele, exatamente por representar toda a desordem que ela odeia.

Embora não possa participar da vida dos vizinhos, Sam sempre subiu no telhado de sua casa à noite para observar a vida deles. Isso, até o dia em que, acidentalmente, se vê frente a frente com Jase, um dos filhos mais novos. A química entre os dois é instantânea, e os diálogos que se seguem, convencem pela naturalidade que a vida de cada um deles permite.

O que salva o livro da mesmice, é exatamente o acerto na linha que une os dois jovens de mundos tão diferentes. Mas, infelizmente, ele fica nessa linha por mais de metade da história, deixando o leitor com a sensação de que nada irá acontecer.

Além dessa perspectiva errada que o livro transmite até pouco depois de sua metade, também existe a presença constante de Tim, o irmão da melhor amiga de Sam. Ele é um personagem irritante, antipático, quase insuportável, que desagrada em todas as aparições. A ponto de eu me perguntar qual o motivo de sua existência, uma vez que ele não contribui para nada na evolução da história, a não ser aborrecer o leitor.

Como disse, tudo muda depois da metade do livro. A história engrena e a autora consegue transformar Sam e Jase em um casal que convence pela segurança do que sentem um pelo outro. É visível o amadurecimento de Sam e a sua difícil independência da mãe, transformando-a de uma adolescente, numa mulher. E mais surpreendente: a autora consegue transformar Tim, o antipático, em um personagem que finalmente diz para o que veio, tem uma importância fundamental na felicidade de Sam e Jase e acaba sendo o melhor achado do livro.

Isso é notável para uma autora iniciante que, no clímax de sua história, consegue apagar totalmente as más impressões anteriores e deixa um quero mais na mente do leitor. Com isso, não me arrependo de ter voltado atrás e lido mais um romance. Mais um, não. O romance de Sam e Jase, com uma belíssima participação de Tim. 😉

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