“Tartarugas até lá embaixo’: Nova obra de John Green

Por: Claudia Ciuffo

Há quem ache os livros de John Green superficiais, pois abordam temas como o câncer e o TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), sem se aprofundar. Na realidade, o John usa a mesma técnica de sua autora predileta, Emily Dickinson, a “tragédia” é apenas o pano de fundo de suas heroínas, tanto “A Culpa é das Estrelas”, não é um livro sobre câncer, como “Tartarugas até lá embaixo” não é um livro sobre o transtorno obsessivo-compulsivo, mas condições da vida das heroínas Hazel Grace e Aza Holmes, quando nós leitores as conhecemos.

Eu acho os livros do John Green extremamente profundos, meu favorito é “Cidades de Papel” pois me identifico muito com a protagonista Margo Roth Spiegelman, mas eu concordo com os críticos de literatura que elegeram “Tartarugas até lá embaixo” o livro mais profundo e mais maduro de John.

Estivemos com o autor no evento de lançamento do livro em LA e contamos todos os detalhes desta noite épica aqui:

Revendo John Green em LA: Autor lança livro em turnê

Mas o que não contamos ainda foram os detalhes que John Green compartilhou sobre o processo de escrita deste livro e algumas das escolhas que fez. Prometemos não dar nenhum spoiler, porque vale a pena ler e mergulhar no universo fascinante de Aza, sua amiga, seu primeiro amor, e um mistério que desvendou enquanto lutava com o TOC.

O nome AZA
Eu queria contar a jornada da personagem deste livro do começo ao fim, por isso usei como referIencia as letras do alfabeto A a Z para seu nome.

A espiral:

Representa os pensamentos invasivos na mente de Aza, que sofre de TOC, eles chegam sem ela querer e quando ela ve um pensamento vai puxando o outro, e vai se formando uma cadeia de pensamentos como uma espiral.

O Réptil:

Porque ele é um animal que vive muitos anos….seria interessante ele receber a heranca de um milionario que nao quer deixar sua herança pra nenhum descendente direto. O reptil vai viver pelos menos mais de 100 anos foi perfeito pra historia que eu queria contar.

O Céu:

O personagem Davis enxerga o céu vasto, ja Aza da sua casa, tem galhos de arvores que fazem ela enxergar o céu com obstáculos, e isso foi proposital porque eu queria relacionar a maneira que ela vê o céu, com a forma como ela enxerga a própria vida, por conta da doença.

O machucado no dedo:

Este livro não é autobiográfico, mas eu sofro de TOC e todas as pessoas que têm essa doença mental têm alguma obsessão. A minha era não comer certos alimentos, em certos dias e horários, a da Aza é o machucado no dedo. Nossas jornadas são diferentes, mas nós temos muitas coisas em comum.

O TOC:

Depois de “A Culpa é das Estrelas”, eu passei anos tentando voltar a escrever e estava tendo dificuldade, por isso resolvi parar de tomar a minha medicação, o que foi uma estupidez pois eu fiquei muito doente e foi um sofrimento muito grande pra mim e pra minha família, inclusive pros meus filhos. Quando eu melhorei, eu quis escrever sobre o assunto para alertar as pessoas e incentivar a todos que sofrem da doença a procurarem tratamento. Ainda não tem cura e eu, por exemplo, provavelmente vou ter que conviver com TOC pro resto da minha vida, mas tomando as precauções certas, eu consigo viver bem. Essa é a mensagem principal da história da Aza

Eu já tinha lido Tartarugas quando ouvi todas as explicações de John, que fizeram eu amar ainda mais o livro, espero que vocês curtam. E, se depois de ler, acharem superficial, mesmo sabendo das notas do autor, não tem problema, pois como o próprio John diz: “cada um vê o mundo através de sua própria perspectiva.”

Sinopse:

Depois de seis anos, milhões de livros vendidos, dois filmes de sucesso e uma legião de fãs apaixonados ao redor do mundo, John Green, autor do inesquecível “A Culpa é das Estrelas”, lança o mais pessoal de todos os seus romances: “Tartarugas até lá embaixo”.

A história acompanha a jornada de Aza Holmes, uma menina de 16 anos que sai em busca de um bilionário misteriosamente desaparecido – quem encontrá-lo receberá uma polpuda recompensa em dinheiro – enquanto lida com o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).

Repleto de referências da vida do autor – entre elas, a tão marcada paixão pela cultura pop e o TOC, transtorno mental que o afeta desde a infância -, “Tartarugas até lá embaixo” tem tudo o que fez de John Green um dos mais queridos autores contemporâneos. Um livro incrível, recheado de frases sublinháveis, que fala de amizades duradouras e reencontros inesperados, fan-fics de “Star Wars” e – por que não? – peculiares répteis neozelandeses. Fonte: Editora Intrínseca

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