Rafael Façanha fala sobre o universo The Walking Dead

Lembro como se fosse hoje do dia que Rafael Façanha, a mente brilhante e fundador do site Walking Dead Brasil, entrou em contato comigo pela primeira vez no Twitter. Eu tinha feito a cobertura do painel de “The Vampire Diaries” (pro site Vampire Diaries Brasil) na San Diego Comic Con, em 2011, e ele me perguntou se eu queria fazer uma parceria para cobrir os eventos de “The Walking Dead” nos EUA.

Eu disse a ele que não assistia a série e que não curtia nada de zumbi. Rafa, paciente, me pediu para dar uma chance ao seriado. “Não é de zumbi não, é muito melhor que isso, assista e veja você mesma”, ele disse. Confesso que mais por educação do que por vontade, eu fui ver o piloto de TWD. Resultado, não consegui parar de assistir aos episódios e maratonei a primeira temporada em 48 horas.

Obviamente, TWD não é um show de zumbi e percebi isso mesmo antes de terminar de ver o primeiro episódio. Aliás, a série me lembrou muito o livro/filme “Ensaio Sobre A Cegueira”, de Saramago, obra que sempre fui muito fã.

A partir daí, não só fiquei amiga da vida de Rafa, que inclusive tive o prazer de hospedar em Los Angeles há alguns anos, como vivi momentos incríveis graças a The Walking Dead” e, posteriormente “Fear The Walking Dead”, graças às coberturas dos eventos e entrevistas que fiz com o elenco de ambas as séries, representando o Walking Dead Brasil e os fãs brasileiros. Em suma, a minha parceria com o Rafa mudou a minha vida e me trouxe excelentes oportunidades profissionais, como participar do café da manhã da Fox, com o elenco TWD, na Comic Con em San Diego, assistir ao vivo o painel TWD, no épico Madison Square Garden, na Comic Con NY e entrevistar tantas vezes o elenco de Fear TWD, que de fato eles me reconhecem, mesmo quando os encontro em outras circunstâncias. Serei eternamente grata ao Rafa e à família TWD por todas as aventuras que vivi desde que me tornei uma walker, graças a ele, ao Walking Dead Brasil e a todos os walkers que passaram a acompanhar meu trabalho.

E, depois do episódio deste último domingo, a mid-season finale da oitava temporada, como a maioria dos Walkers pelo mundo afora, fiquei chocada com a cena final, quando descobrimos que Carl (Chandler Riggs) foi mordido e, consequentemente, irá morrer em breve (mais precisamente no episódio do retorno da serie que irá ao ar em fevereiro).

Muitas das mortes em TWD nos emocionaram e até nos pegaram de surpresa, mas a do Carl, além de não estar prevista nos quadrinhos de Robert Kirkman, marca a partida de uns dos integrantes do elenco que está desde a primeira temporada.

A família TWD ainda esta processando o acontecido, mas ninguém melhor que o próprio Rafael para dar seu parecer sobre este episódio, e conversar com a gente um pouco sobre “The Walking Dead” e o impacto que a série e o site tiveram na sua própria jornada.

A morte do Carl foi considerada pela imprensa e pelos fãs a mais chocante de TWD até hoje. Você concorda? O que você sentiu quando terminou de assistir ao episódio? E quais os comentários dos fãs nas redes sociais que mais te chamaram atenção?

A morte do Carl, sem dúvidas, marca uma grande mudança na história de “The Walking Dead”. O personagem sempre foi a razão de viver de Rick, foi por ele que Rick continuou e enfrentou inúmeros desafios. É triste vê-lo partir e nos despedir de Chandler, que é um ótimo ator e cresceu dentro dessa série, mas já era algo que eu esperava – por conta do crescimento do ator e de como nos quadrinhos é explorada a inocência da infância do Carl. Outra curiosidade que costumávamos observar por parte dos roteiristas era a Judith permanecendo viva. Minha teoria é que o plano deles era desde o começo adaptar as histórias do Carl nos quadrinhos na pequena Grimes… Resta agora aguardarmos para ver como isso vai ser recebido pelos fãs. Sobre o feedback dos fãs nas redes sociais, estão todos desolados e ainda bastante chocados com essa morte. Acredito que vai ser algo que será sentido por um bom tempo…

Falando em partidas, muitos personagens queridos pelo público morreram ao longo dos anos, pra você qual foi a despedida mais difícil?

Andrea. Eu nunca vou superar a maneira ridícula e amadora de como a personagem foi desenvolvida na versão televisiva. Eu tenho um carinho enorme pela Laurie Holden, e sou fã da Andrea nos quadrinhos, então por um bom tempo eu sofri e acho que nunca vou superar o que o showrunner na época fez. A própria atriz em diversas convenções já falou sobre o assunto e não esconde sua revolta contra ele e a contra a narrativa.

TWD é uma série que brinda os fãs com momentos de fazer a peruca voar…você pode me dizer quais foram os 2 ou 3 acontecimentos que mais te chocaram?

Nossa, são tantos. Mas eu acho que dois dos principais momentos foram: Quando a Sophia aparece zumbificada no celeiro do Hershel, na segunda temporada. E o outro é quando a Carol precisa matar a Lizzie, na quarta temporada, falando a icônica frase “apenas olhe para as flores” (por sinal esse é um dos meus episódios favoritos da vida – “The Grove”).

Você fundou e administra o maior site dedicado a TWD no Brasil. Você já era fa dos quadrinhos antes de começar o site? Como o seu trabalho no Walking Dead Brasil e o contato com os fãs mudaram a sua vida pessoal?

Não! Eu conheci “The Walking Dead” através das propagandas da FOX em 2010, e só ao término da primeira temporada que eu fui devorar os quadrinhos. Foi paixão à primeira leitura! rs Muita coisa mudou depois que eu resolvi realmente me dedicar ao Walking Dead Brasil, conheci pessoas incríveis que hoje além de fazer parte da equipe do site são grandes amigos e se aventuram comigo em todas as conquistas dessa jornada – sejam em entrevistas ou em convenções tanto dentro como fora do Brasil. Os fãs sempre dão um suporte incrível ao site e temos muitos leitores fiéis, isso é incrível. É maravilhoso encontrá-los pessoalmente em alguns momentos e poder debater sobre o desenvolvimento do universo de “The Walking Dead”.

Aliás, você teve a oportunidade de entrevistar e conhecer vários integrantes do elenco do show. Alguém em particular balançou mais seu coração? E quem você queria conhecer que ainda não rolou?

Eu tenho um carinho imenso por esse elenco, você sabe disso. A grande maioria deles conhece/acompanha o nosso trabalho no Walking Dead Brasil e sempre deram um suporte incrível. Mas eu jamais vou esquecer a simplicidade e humildade do Andrew Lincoln (Rick) e da Melissa McBride (Carol) – que me reconheceram quando eu os encontrei pessoalmente. Existem 3 atores que eu PRECISO conhecer antes que a série acabe, sendo que dois deles já deixaram o show há algum tempo: Sarah Wayne Callies (Lori), Jon Bernthal (Shane) e Jeffrey Dean Morgan (Negan).

É possível escolher uma temporada predileta, um vilão e um episódio favorito?

É possível! rs A primeira temporada sempre vai ser a minha queridinha. Negan fica como o melhor vilão, e “The Grove” como meu episódio favorito!

TWD e TWD Family em uma palavra

Inesquecíveis.

Depois deste bafão do Carl, o que você espera da segunda metade da oitava temporada?

Mais do que tudo no mundo que Rick e as comunidades consigam derrotar Negan e os Salvadores! hahaha Eu espero ver um Rick mais compreensivo também, menos impulsivo. Estou curioso para ver como tanto Rick como Negan vão processar a morte do Carl – por que sabemos que o vilão tinha um carinho pelo garoto, né?! Acho que a segunda metade vai trazer muitas surpresas.

Rafael Façanha fundou o site Walking Dead Brasil em outubro de 2010. Aos 27 anos, ele é sinônimo da série no fandom brasileiro que acompanha seu árduo trabalho. Com muita dedicação, Rafael administra as redes sociais e mantém os fãs brasileiros atualizados de tudo o que acontece com o seriado e com o elenco. Com 132 mil seguidores no Twitter, 1,8 milhão de curtidas no Facebook e 56 mil seguidores no Instagram, o Walking Dead Brasil é a maior fonte de informações pros Walkers com coração verde e amarelo.

www.walkingdeadbr.com

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