“Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1” é uma constante montanha russa de emoções

Por: Camila Sá

poster_mockingjayPerturbada e frágil. Essa é a Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) que aparece na primeira cena de “A Esperança – Parte 1”. Nem de longe foi possível captar a mesma dor que Jennifer passa nas telas enquanto a personagem o narrava o livro. Jennifer atinge níveis mais profundos de tristeza, solidão e a grande dúvida em saber se Peeta Mellark (Josh Hutcherson) está vivo ou não. Os jogos a destruíram, sim, mas a trajetória de sofrimento que a moça de, ainda, apenas 17 anos passa está longe de chegar ao fim.

A atriz merece todos os aplausos, prêmios e felicitações por seu trabalho. Quando ela chora, o nosso olho enche de água. E quando ela decide se tornar o tordo a plateia do cinema vibra. É a luz que Plutarch Heavensbee (Philip Seymour Hoffman, in memorian) tanto insiste em provar a Alma Coin (Julianne Moore), durante a primeira parte do filme, que ainda está escondida dentro daquela menina que vai liderar uma revolução. A passagem pelo Distrito 8 se destaca, por enfim devolver vida a mocinha, que se escondia em compartimentos secretos no Distrito 13. Ali Katniss dá um ultimato para a Capital: se nós queimarmos, você queima conosco!

 

 

Peeta passa por uma notável transformação, desde a primeira entrevista até a última com Caesar Flickerman (Stanley Tucci), quando é perceptível que ele começou a ser torturado. O rapaz está mais magro que o normal, com roupas escuras e apresenta um tremor explícito. A caracterização de Josh, em certos momentos, é de chorar. Se Katniss está no fundo do poço, ele está mais fundo ainda, à beira da loucura. Ao passo que Haymitch Abernathy (Woody Harrelson) nunca esteve tão sóbrio. Ele aparece da forma mais debochada e tão usual para si mesmo, exatamente como descrito por Suzanne Collins. Primrose Everdeen (Willow Shields) definitivamente não é mais apenas uma menina. É ela quem lança a luz sobre a irmã sobre fatores realmente importantes na trajetória, inclusive, como ela pode barganhar o que quer em troca de ser o símbolo da revolução. Gale Hawthorne (Liam Hemsworth) permanece um soldado fiel a Katniss, ainda que a ame de outra forma, ele ganha mais destaque ao ajudar nas gravações e estar sempre em todas as missões especiais.

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Este ano decidi reler os 13 primeiros capítulos de “A Esperança” uma noite antes de assistir ao filme. Pude perceber que várias novas cenas foram adicionadas e outras mudadas, o que apenas enriqueceu ainda mais o trabalho. O roteiro é ágil e passa rapidamente se você sabe o que está para ocorrer, mas para quem não sabe nada dos Jogos e apenas assistiu aos filmes vai parecer chato, sim. As interações políticas entre Alma e Plutarch dão indícios do que virá à tona na Parte 2, eles definitivamente não concordam com os meios para se atingir um resultado. Todavia, a líder parece apoiar mais Katniss após o real esforço da heroína em libertar Panem das garras do Presidente Snow (Donald Sutherland). Este é outro que dá um show à parte e não precisa-se muito para entender o porquê.

O que deve ser apontado como uma grande diferença, do filme para o livro, é que Effie Trinket (Elizabeth Banks) está no Distrito 13, e não perdida em algum compartimento da Capital. Ela auxilia Katniss com a roupa desenhada pelo falecido Cinna (Lenny Kravitz) e também cuida do visual do Gale. Elizabeth não podia brilhar mais em tão poucas cenas com uma personagem completamente exótica e divertida, sempre dando um jeito de manter sua essência e aparência, ainda que as roupas cinzas não a deixem ousar tanto. Cressida (‎Natalie Dormer) é incisiva e forte, sem dúvida não poderiam deixá-la de fora, em sua equipe de filmagem destaca-se Pollux (Elden Henson), que é quem pede a Katniss que canta “A Árvore-Forca”. A sequência a seguir é de tirar o fôlego.

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O filme é uma montanha russa, não só para Katniss, mas para o público também. Vibrei, tremi e quase chorei pelas coisas que sei que vão ocorrer no final. Isso é sofrer por antecipação. O pico da expectativa se dá quando os rebeldes invadem Panem para tentar libertar Peeta, Annie Cresta (Stef Dawson) e Johanna Mason (Jena Malone), que aparece completamente careca e com uma aparência ainda mais louca do que de costume. O que foi adicionado também a essa parte foi um confronto direto entre Katniss e Snow, de forma a aumentar ainda mais o clímax do filme. Ah, isso tudo enquanto Finnick Odair (Sam Claflin) conta os podres segredos do nobre Presidente.

“Em Chamas” ainda supera bastante “A Esperança – Parte 1” por nunca perder o ritmo e sempre manter o público em alerta. A Parte 1 foi mais ágil que o livro, não perdendo tanto tempo nas oscilações de Katniss sobre se tornar ou não o tordo. O Distrito 13, em geral, pareceu mais sombrio do que descrito, mas o visual passa batido quando se leva em consideração os reais acontecimentos. A cena que antecede fim é intensa, que não só surpreende a quem não conhece a estória, mas deixa os fãs em fúria. Isso eu pude ver, diante de adolescentes que vestiam camisetas com o pássaro estampado e gritavam eufóricos após o momento. Eu mesma ri porque não conseguia mais conter a ansiedade por aquele momento.

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Alguns críticos reclamaram que foi como se desse pause no filme. De fato, isso realmente aconteceu, mas a “A Esperança – Parte 2”, que será lançada em novembro de 2015, vai finalmente trazer todas as respostas que as pessoas esperam. Além de marcar o fim de uma geração que conheceu e cresceu junto com a série, assim como “Harry Potter” e “Crepúsculo”. Ano que vem mais um ciclo se encerra.

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