“Suits”: Patrick J. Adams fala sobre a série e a nova temporada que vem por aí

Por: Claudia Ciuffo

Hollywood é Aqui foi convidado pra participar de um bate-papo com o ator Patrick J. Adams, o Mike Ross da série “Suits”, no ATX Festival em Austin, Texas. A sétima temporada estreia hoje e promete muitas emoções, como o episódio 100, que será dirigido por Patrick.

Na nossa conversa, ele falou sobre a jornada do seu personagem nos últimos 7 anos, os desafios de dirigir suas próprias cenas e como foi trabalhar com sua esposa Troian, intérprete de Spencer em “Pretty Little Liars”, que terminou recentemente.

Confiram a entrevista completa, que dedico a minha amiga Sandra Araújo, que é super fa do seriado e quem me mandou a sugestão da pergunta que fiz e está em destaque abaixo:

Você está animado em dirigir o centésimo episódio de “Suits”?

Patrick: Sim, estou super animado. Muito legal, é uma honra pra mim ter a chance de dirigir o centésimo episódio.

O que motivou você a dirigir, além de atuar, em “Suits”?

P: Esse é o quarto episódio que eu dirijo e aconteceu acidentalmente pois é o episódio número 100. Existem várias razões pelas quais eu quis dirigir o 8o. episódio desta temporada, em geral, eu dirijo mais pro final das temporadas, mas eu pedi pra dirigir um episódio mais cedo desta vez e acabei conseguindo este.

Já que é o episódio número 100, você sente mais responsabilidade?

P: Sim, e terror também. É um pouco assustador. Mas Aaron não vai escrever um roteiro diferente porque é o episódio 100, ele e eu vamos fazer como se fosse um episódio comum de “Suits”. A última cena que dirigi foi quando Harvey e Donna se beijam, e como era um momento especial, você fica mais nervoso pra conseguir capturar da maneira correta. Então eu estou um pouco nervoso, para fazer o melhor possível, mas sem a pressão de ser um episódio “especial”, é apenas um episódio importante para a nossa série.

É a primeira série que você faz que chega ao episódio número 100, você pretende comemorar?

P: Que loucura, não?! Sim, estamos aqui (no ATX Festival), é uma comemoração, trabalhando na TV não temos muito tempo pra comemorar por causa do ritmo das gravações que é super acelerado. Mas vai ser incrível rever todos na leitura do piloto que faremos aqui no festival amanhã, incluindo a Gina, que não é mais regular na série.

Como você se prepara para dirigir um episódio? É muito diferente da sua preparação como ator? Porque você ao mesmo tempo tem que dirigir e atuar em muitas cenas que você dirige, não é?!

P: A preparação como ator, depois de 7 temporadas é muito mais fácil, porque eu sei como ele pensa e age, por isso, muitas vezes faço sem pensar. Em geral, é decorar as falas e ficar sabendo o que esta acontecendo com o personagem naquele momento para entrar no clima. Como diretor, tem muito mais preparação. Tenho que avisar aos roteiristas se tenho uma ideia pra alguma cena específica, tenho que estar atento a todos os personagens pra ter certeza que não está faltando nada, eu acho que é muito importante saber o que os personagens estão vivendo. Quando você esta dirigindo, te fazem muitas perguntas, todos os departamentos, o tempo todo, sobre coisas que você nem sequer pensou a respeito, então é mais trabalhoso, mas eu tenho sorte de pensar em tudo e poder ajudar os outros atores.


Tom disse que os melhores diretores são os próprios atores porque eles têm muita paciência.

P: Sim, é verdade. Eu tenho uma gravação do Gabriel falando que depois que ele dirigiu um episódio, ele faz o que qualquer diretor quiser que ele faça. Você tem muita empatia com aquela pessoa, porque você já passou por isso. A minha maior responsabilidade como diretor é fazer os outros atores enxergarem as mesmas coisas de maneiras diferentes, você tem que ter os atores do seu lado, num programa de TV, você ganha 10 páginas pra filmar, todos têm que estar alinhados com as mesmas 10 páginas e achar um senso comum pra todos.

Vamos falar da temporada sete, ele fez a prova do BAR, é advogado, vai ter que andar pianinho a partir de agora, seguir as regras, que desafios ele vai enfrentar?

P: Acho que o maior desafio do Mike é encontrar o balanço, porque ele está no meio desses dois lados que são diferentes. De um lado está a empresa de advocacia e o mentor que lhe ensinou tudo o que ele sabe, do outro lado, ele gosta de ajudar famílias necessitadas, lutar por boas causas, e ele está começando nessa temporada acreditando que vai conseguir equilibrar os dois lados e que um lado ajuda o outro, mas logo vai aprender que não é tão simples assim. Mike amadureceu, está mais velho e acha que consegue jogar dos dois lados. Inclusive está mais divertido atuar assim.

Você acha que Mike está diferente agora que ele é de fato um advogado versos quando ele fingia ser um?

P: Sim, são diferentes estágios da vida dele. Agora ele está mais confiante nele mesmo, ele está muito feliz, obviamente, os sonhos dele estão se tornando realidade. Ele não precisa mais se esconder atrás de ninguém. Acho que ele está mais certo do que ele quer pra ele, só não está tão pronto pra admitir isso ainda.

Nós vimos muitas mudanças de caráter no personagem Mike na última temporada, e o que muda agora que ele é de fato um advogado?

P: Eu acho que o que mudou é que ele voltou para seu antigo mundo, achando que pode mudar tudo. As únicas pessoas que ele tem como “família” fazem parte desse escritório, a sua futura esposa trabalha no mesmo lugar, o mentor também, ele não tem outros amigos, mas ao mesmo tempo, ele aprendeu na temporada passada que ali não é exatamente o lugar pra ele estar desenvolvendo seu trabalho. Muito bons conflitos pra interpretar, o que torna o personagem cada vez mais interessante.

 

Falando no seu personagem, tem algum momento ou cena que pra você é inesquecível, considerando na série toda?

P: Acho que a primeira coisa que vem à cabeça é quando Mike e Harvey ficam doidões juntos. Eu lembro de ter me divertido muito gravando essas cenas, correndo pelo escritório, foi muito divertido poder fazer essas sequências que gravamos em alguns dias.

Episódio 100, significa que o seriado tem uma longa duração, você já pensou em quando gostaria de encerrar a série?

P: Não sou eu quem decido, nós já conversamos a respeito, como e quando gostaríamos de encerrar, como você conclui a história desses personagens, mas são só conversas por enquanto. Na TV, é muito interessante porque você não sabe pra onde o seu personagem vai te levar.

Uma das minhas partes favoritas na série é que os personagens falam uns com os outros de maneira grosseira, e ainda assim conseguem dar a volta por cima e ter uma relação depois de todos os desentendimentos. Principalmente quando estão fazendo alguma crítica a outros personagens, geralmente são muito ríspidos. Você já percebeu isso, depois de interpretar o mesmo personagem por muitos anos? Impactou a sua vida pessoal?

P: Sim, impactou de algum modo do jeito que você descreveu pra mim, depois de ver atores atuando em cenas semelhantes. E no nosso show em específico, todos nós nos damos bem, não tem drama. Mas em geral, há momentos de desapontamento, há momentos que você acha que falhou, todo esse processo de não ter escolha, mas voltar no dia seguinte é encarar os fatos me ensinou muito. Você sente que é tudo mais pessoal do que costumava a ser? A resposta é não.

Falando em direção, como você faz para dirigir seu próprio personagem, é difícil?

P: É sim, difícil focar somente em uma tarefa, eu adoro atuar, mas não gosto muito quando tenho que me dirigir, a única coisa é que posso controlar e o quão rápido nós fazemos tudo, o tempo é tudo num set de gravação, e como você lida com ele é muito importante. Eu consigo fazer as cenas rápidas porque eu sei o que eu quero de mim.

Como foi dirigir sua esposa (a atriz Troian Bellisario, a Spencer de “Pretty Little Liars”)?

P: Ela é demais, a nossa dinâmica é muito boa, gostamos de ir fundo nas cenas e desvendar as nuances de nossos personagens, nós trabalhamos muito bem juntos, foi assim que nós nos conhecemos, nos gostamos de criar juntos, então pra nós é fácil.

 

O curta metragem foi o seu primeiro trabalho como diretor?

P: Foi sim, e no começo tinha medo do que as pessoas iam pensar. Ele já está pronto há dois anos e agora estamos lançando em festivais, depois que enfrentei meus medos.

Você já teve algum contanto com alguém que os pais morreram enquanto jovens?

P: Interessante, não necessariamente, mas eu tenho uma história pra compartilhar sobre isso. Eu vou ao Burning Man, já tem alguns anos, é um festival de artes em Nevada, e eu conheci um homem que sua esposa dedicou a vida dela para ser mentora de crianças e adolescentes, e ela tinha acabado de falecer quando ele foi ao Burning Man, e nos vimos e começamos a conversar quando ele disse que ela gostava de “Suits” porque a mensagem de se ter um mentor na série é muito forte e era o que ela fazia. Fiquei muito emocionado, foi um momento especial pra mim como ator, saber daquela história, conhecer aquele homem. Foi importante.

Eu adoro a cena do flashback em que Mike relembra a infância, mostra a sua trajetória, ele cresce, passa dificuldade no segundo grau, eu achei que pra mim esse foi o episódio mais profundo da série.

P: Sim, esse foi o episódio mais emotivo. Pra mim, foi muito bom atuar, ter essa experiência de ver o Mike relembrando a jornada dele, o passado, e ele usa todas as suas memórias não apenas pra manipular as pessoas, mas para ver como elas vão reagir aos fatos do passado dele. Este foi o primeiro episódio que você pode ver o Mike enfrentando esse processo.

Levando em consideração de que “Suits” já está no ar há um bom tempo, como você vê as mudanças pelas quais a TV tem passado, elas impactaram na audiência da série, o que mudou?

P: A série é bastante resiliente, e a série é o que é por causa do Aaron, da história que ele conta. A série mudou sim, evoluiu, mas não por forças externas. A TV mudou bastante, mais pessoas estão mais interessadas em séries mais curtas, com menos episódios.

Como vocês mantêm o “show fresh”, depois de tantos anos. Como você sabe, em algumas séries a qualidade cai, qual é a estratégia para que isso não aconteça em “Suits”, já pensaram na ideia de levar a série para um caminho mais obscuro?

P: Nós já pensamos muitas vezes nisso, mas não dá pra fazer “Suits” ser mais obscuro, tipo “Mr. Robot”, não funciona pra nós. E na questão de se manter fresh, atual, ainda bem que você acha que sim, às vezes eu acho que não. Tudo se resume ao equilíbrio que nós trazemos uns para os outros dentro da série.

As pessoas querem saber do seu personagem e sobre seus romances?

P: Romances? Múltiplos? risos

Falando da Rachel, pode nos dar uma palhinha do que vem pela frente?

P: Eles finamente estão juntos pra valer, sem barreiras, e o que você vê são dois profissionais que estão no auge de suas carreiras, estão super apaixonados e juntos. O desafio deles é como conseguir tempo pra relação, quando eles querem dar o máximo no trabalho.

Isso é algo que você pode comparar com seu relacionamento com a sua esposa?

P: Sim, eu e Troian estamos juntos há 9 anos, casamos depois de 8 anos, e ela filmava em LA e eu filmo em NY, a distância conta, mas o principal é aprender a ter tempo para nós e fazer disso uma prioridade. Você tem que fazer sacrifícios, aprender a se comunicar.

Eu queria perguntar sobre o Festival ATX, você já veio algumas vezes, estão muito animados para o painel da série com todo o elenco?

P: Estou muito animado porque Gabriel nunca veio, é a primeira vez dele, e estou super empolgado que ele está aqui.

Trailer sétima temporada:

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