Mudança de direção: A incrível possibilidade de novos planos

Por: Victor Lucas

Difícil encontrar quem nunca sonhou com os telões gigantes da Times Square, com piqueniques nos enormes campos gramados da Central Park, com os táxis amarelos nos trânsitos caóticos (e aquela cena clássica de sair do veículo no meio da avenida), certo? Certíssimo. Durante alguns meses, planejei o que tinha tudo pra ser a viagem da minha vida: New York! E até seria, se não fosse a tão temida – e obrigatória – entrevista no consulado americano.

Para começo de conversa: não, esse aqui não é um papo pra desanimar quem sonha em conhecer a “Grande Maçã”, daqui a pouco vocês entenderão. Voltemos ao dia da entrevista: todos os documentos separados e devidamente guardados na pasta, roteiro pronto e dinheiro na conta. Ufa! Por que diabos me negariam? Segui meu caminho para o consulado (meu amigo Hugo, que surgiu com a ideia da viagem, me acompanhava), nervoso, apreensivo, porém sempre tentando buscar a tranquilidade, não tinha pra onde fugir. Sem mais delongas, acabei no guichê de uma cônsul simpática, alegre, daquelas que aprovam todo mundo. Minhas preces foram ouvidas! Até que, numa fração de segundos, sem muitas perguntas, sem muita troca de olhares, recebi a tão temida notícia “Sinto muito, mas seu visto foi negado”, seguido de uma expressão de condolências. Não sabia se chorava, se pedia pra ir em outro guichê, se mostrava meu roteiro na expectativa de “Pelo amor de Deus, mulher. Eu tenho sentimentos”. Acabei na primeira opção (longe dali, claro).

Chorei todas as horas “gastas” sonhando com Nova York, perdi expectativas, estava prestes a voltar para meu cotidiano de sempre sem a chance de mudá-lo, até que não muito tempo depois, meu amigo Hugo, por intermédio de Deus (sou muito apegado), me lembrou do que eu sempre pedia: “que seja da Sua vontade”. E era isso. Não era a minha vontade, e sim a Dele. Não era o momento de conhecer Nova York porque tinha um lugarzinho do outro lado do oceano me esperando: e aí que entra a mudança de planos, carinhosamente chamada de Londres e Paris (ou Plano B urgente).

 

Com um pouco mais de um mês antecedendo o único momento que teríamos pra viajar, corremos, por conta própria, atrás de tudo para organizar a viagem. Pessoas maravilhosas apareceram em nossos caminhos (inclusive tia Claudinha, sempre solícita e cheia de amor e torcida) com dicas de hostel, linhas aéreas, pontos turísticos, restaurantes, lojas de departamento e tudo o que uma viagem precisa ter. E, nadando contra a maré do tempo, conseguimos comprar passagem, hospedagem, trem, passeios… e, ainda por cima, entender como funcionava o metrô nos dois lugares (confesso que é uma das partes que mais dedico meus estudos).

Nesta minha primeira viagem internacional, fui com a ideia de que encontraria o verdadeiro país das maravilhas. Não é. E sabe de uma coisa? Foi ótimo. Entendi que todo lugar tem seus problemas, todo tipo de pessoa, mas, dentro das imperfeições, encontrei uma Londres perfeita, linda, cheirosa, charmosa e convidativa. Paris, que eu não consegui pesquisar muito, me surpreendeu positiva e negativamente, mas seu jeitinho tímido de ser um dos destinos mais sonhados do mundo também foi encantador (e foi nas terras francesas que fui na minha primeira Disney).

Adquiri com a viagem um grande ensinamento: quando uma coisa não acontece, é porque tem outra muito melhor chegando. Guardo com carinho o roteiro de NY, ainda tenho esperanças de um dia usá-lo. Guardo com mais amor ainda as fotografias e memórias da “substituição” mais bem pensada que fiz, que trouxe frio, Rainha, neve, museus, Monalisa e Primark (permita-me a publicidade, mas essa loja é maravilhosa).

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