American Fiction: Comédia traz reflexões sobre conteúdo superficial que faz sucesso como cultura

Eu não sou muito fã do gênero comédia, menos ainda de sátiras, por isso fui assistir “American Fiction” mais pelo elenco estrelar, (Jeffrey Wright, Tracee Ellis Ross, Issa Rae, Sterling K. Brown, John Ortiz, Erika Alexander) do que pela estória em si.

Mas, para a minha surpresa, graças ao competente roteirista e diretor Cord Jefferson, seu filme divertido, ao mesmo tempo, profundo, que marcou a sua estreia como cineasta, é um dos meus filmes prediletos do ano.

Em “American Fiction”, o autor Thelonious “Monk” Ellison (Jeffrey Wright) fica irritado depois que um de seus trabalhos não foi aceito pelas editoras e sua carreira parece estar estagnada pois sua obra não é considerada “negra o suficiente”. Enquanto isso o livro “We’s Lives in Da Ghetto”, de Sintara Golden (Issa Rae), chega à lista de mais vendidos, deixando o autor em crise ainda mais frustrado. Ao perceber o tipo de conteúdo que o público está interessado, Thelonious decide escrever um romance satírico, sob pseudônimo, na intenção de expor as hipocrisias do mundo editorial. Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-316372/

O protagonista, Jeffrey Wright, está espetacular. Seu personagem, Monk, me representou em vários momentos do filme. Suas reações às besteiras que ele escutava dos companheiros brancos, jurados de uma premiação literária ou nos sets de gravação em Hollywood (Adam Brody, meu eterno marido Seth Cohen, está hilário interpretando um player da indústria) são um reflexo das minhas opiniões.

Com destaque para a sua revolta com a qualidade do material que a sociedade consome e admira, em contraponto ao seu trabalho profundo e intelectual, que passa longe da lista de best-seller. Monk se vê obrigada a mudar seu estilo para vender mais livros e fazer dinheiro para bancar o tratamento de saúde da sua mãe.

O filme é um estudo da sociedade moderna, da cultura, da internet, destacando assuntos relevantes como homofobia, Alzheimer, luto, misoginia, com muito sentimento, porque no fundo é um filme que fala de amor romântico e familiar.

Tracee Ellis Ross faz uma participação rápida que é tempo suficiente pra emocionar nosso coração. Issa Rae está uma figura, dando vida a uma personagem diferente de tudo que ela já fez até hoje. O mesmo vale para Sterling K. Brown, que nos faz chorar muitas vezes como Randall em “This Is Us”; mas em “American Fiction”, ele não só faz a gente gargalhar, como nos ensina algumas importantes lições. E a maravilhosa Érika Alexander, que rouba a cena como Coraline não só conquistando nosso protagonista como o público.

 

Estivemos numa sessão privada do filme em LA e tivemos a chance de parabenizar pessoalmente o elenco por essa obra que deixa uma marca na nossa alma cinéfila, que vai embora com a gente pra casa.

 

 

 

 

Foi uma noite de brindes e muito papo informal. Meu encontro com Érika está registrado na foto, assim como a animada interação entre minha amiga Camilla e Sterling está eternizada em vídeo.

 

 

Nosso momento com o elenco foi tão incrível como esse filme, que já está indicado ao Golden Globes, Spirit Awards, e está cotado para receber indicações ao Oscar em várias categorias. Estou na torcida, pois são projetos independentes e inteligentes como American Fiction que me fazem acreditar na boa influência e no poder do cinema como um forma de arte que ensina, educa e inspira.

Imperdível conferir!

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