Eleições 2018: Juntos somos resistência #ELENUNCA

Eu não gosto de política porém, diante dos últimos acontecimentos no cenário político do Brasil, como muitos já disseram, inclusive nosso colunista Matheus Fabbris, cujo texto compartilho no post de hoje, “se você fica neutro em situações de injustiça, você acaba escolhendo o lado opressor”.

Nós, do Hollywood é Aqui, jamais vamos fazer essa opção, por isso abrimos as portas do nosso portal de entretenimento, para falar deste assunto sério que vai impactar a vida de todos nós, a minha inclusive, pois, mesmo morando no exterior, ainda pago muitos impostos no Brasil, voto em Nova York e tenho pleno direito de exercer minha cidadania, até porque se é pra ser radical, vamos combinar, que quem paga pode e deve opinar, e por isso tudo não deixo de me manifestar!

Confesso que quando a campanha do candidato Jair Bolsonaro começou no Brasil, eu tive aquela sensação de déjà vu, pois o discurso era o mesmo da campanha de Donald Trump, em 2016. Achei muita coincidência, até ter certeza que, na verdade, não era nada por acaso. O estrategista da campanha de Trump, Steve Bannon, é, de fato, consultor da equipe de Bolsonaro.

Os brasileiros, eu inclusive, são ávidos consumidores da cultura norte-americana. Não é à toa que vim morar nos EUA há 9 anos e este site nasceu. Mas, geralmente, a gente pensa: “se vamos imitar alguma coisa de alguém, devemos pegar o melhor e não o pior da sociedade, né?!”. Pois, desta vez, a maioria dos brasileiros que vai votar em Bolsonaro está replicando em nosso país o pior exemplo do país que muitos admiram tanto e onde eu resido. Não me surpreende, até porque eu conheço muitos brasileiros que imigraram para os EUA e, orgulhosamente, votaram em Trump, cuja plataforma de governo era tornar a vida dos próprios imigrantes impraticável. Se muitos fizeram questão de votar naquele cujo objetivo era justamente prejudicar pessoas como eles mesmos, porque não eleger o presidente predador no Brasil também?!

Domingo, Dia de São Judas Tadeu, santo das causas impossíveis, de quem sou devotíssima, o meu coração verde e amarelo vai com esperanças contribuir para que o predador não ganhe, pois aconteça o que for, eu pelo menos estarei com a consciência tranquila, mas concordo com as palavras de Matheus, Dói. Todo este processo dói….mas aqueles que, como nós, ainda acreditam na democracia, e na construção de uma sociedade que trate a todos com igualdade, sem preconceitos, divulguem essa matéria! Porque podem tentar nos calar, nos derrubar, mas juntos seguimos nos ajudando, nos apoiando, e resistindo, sempre!

Por: Matheus Fabbris

DÓI,

Dói saber que esse cenário é real – por mais distópico que minha mente possa imaginar. Dói saber que existem minorias que apoiam esse fascista. Dói saber que a cada 19 horas um LGBT+ é morto e, consequentemente, o Brasil é o país que mais mata LGBT+ no mundo. Dói saber que negros são oprimidos a todo momento por conta da cor da pele. Dói saber que mulheres temem pela vida todos os dias ao saírem de casa, tendo grandes chances de sofrerem assédio, estupro e feminicídio – gerando apenas estatísticas e nada de mudança. Dói saber que esse discurso de ódio do candidato é aplaudido por milhares. Dói ter que ouvir “não apoio o PT, então votarei no #EleNão” sendo que essa não é a saída, já que temos outras opções de voto (caso contrário, você também reflete o ódio). Dói ver dois eleitores do #EleNão quebrando a placa da jamais esquecida Marielle Franco, a vereadora assassinada a tiros num crime político que ainda não teve resolução. Dói saber que os brasileiros realmente acham que o nosso país tem aptidão para o armamento. Dói ver gerações antigas dizendo hoje em dia que “viveram a ditadura e não é ruim como falam” enquanto, na época, mulheres grávidas sofriam tortura. Dói. E como dói.

ELE,

Ele não sabe nada de economia. Ele vai tirar programas de cotas. Ele vai tirar o suporte do SUS aos portadores de HIV, às vítimas de estupro e às cirurgias de redesignação sexual. Ele vai dificultar uniões homoafetivas. Ele diz que se o filho dele começar a ficar “meio gayzinho”, ele pode bater que isso vai funcionar. Ele diz que namorar uma negra é promiscuidade. Ele diz que uma mulher não merece ser estuprada se for “feia”. Ele diz que deficientes não precisam de proteção. Ele diz que o Brasil é um país cristão. Ele diz que minoria tem que se curvar. Ele diz que tem que fuzilar quem ele não se identifica nas percepções. Ele diz que o erro da ditadura foi torturar ao invés de matar.

AINDA DÓI,

Dói saber que família e conhecidos ao meu redor apoiam tudo isso. Dói saber que todo esse discurso só vai potencializar se o que eu mais temo acontecer nos próximos dias. Dói saber que minha existência corre risco. Não é esquerda, não é direita, é humanidade.

Quando você apoia esse candidato, você compactua com tudo propriamente dito. Vencendo ou não essa batalha, continuaremos juntos RESISTINDO. Não sei o que está por vir, mas a minha única certeza é que #ELENUNCA.


Seleção das fotos da matéria: Fernanda Maia (Twitter: @femaia)

 

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