Indicados ao Oscar: Documentários No Other Land e Black Box Diaries trazem um corte duro de diferentes vivências

Quem acompanha o Hollywood é Aqui sabe que sou fã de carteirinha de documentário.

Aprendi muito sobre o mundo assistindo a documentários de todos os gêneros, desde aqueles que mostram a jornada de artistas, músicos, cientistas, e atletas que desafiam seus próprios limites, até os que revelam histórias sobre as guerras, contadas por quem vive, sobre eutanásia, os que dão voz a vítimas de abuso sexual, parental e religioso, os que revelam escândalos de governo e mostram as verdades sobre quem está por trás dos golpes de estado em países em desenvolvimento. Por conta dos docs, conheci whistleblowers (quem não se lembra de Edward Snowden, que ficou famoso pelos segredos da CIA que revelou, em um doc que ganhou o Oscar) e líderes de movimentos que mudaram o mundo, além de vários ativistas, alguns que foram assassinados, lutando por um mundo melhor e mais justo. Em documentários, aprendi sobre a mente dos psicopatas e conheci vítimas de tragédias.

 

 

Tem pessoas que não curtem documentários pois alegam que são tristes demais, já basta a realidade em que vivem. Eu respeito, mas para mim, assistir docs é uma forma de me conectar com o que acontece no mundo, não pela lente da imprensa, mas pela lente dos protagonistas da história. Docs me tiram da bolha privilegiada onde vivo e me fazem refletir sobre a minha própria trajetória em um mundo imperfeito e fascinante. Alimentam a minha alma com realidades diferentes da minha. Me tornam uma pessoa mais empática.

Esse ano, mais uma vez, os indicados ao Oscar na categoria melhor documentário, me inspiraram, ensinaram e tocaram meu coração.

“No Other Land” foi um dos meus favoritos (também é o favorito para levar a estatueta). Nesse doc, conhecemos as vítimas que têm suas vilas destruídas pelo exército israelense na Cisjordânia ocupada. O doc apresenta ao mundo as consequências da guerra na Palestina, que começaram muito antes do que aconteceu em Gaza, em 2023.

 

 

 

 

 

Outro doc incrível, “Black Box Diaries” é uma aula de resiliência de uma jovem jornalista, vítima de um estupro cometido por um homem poderoso no Japão. A polícia não deu a mínima para o caso, o que a levou a vítima a investigar o crime de abuso sexual que sofreu.

 

 

 

 

Chorei e aprendi muito assistindo esses dois documentários, assim como “Sugarcane”, que mostra os relatos de sobreviventes de um internato onde crianças e adolescentes foram abusados por padres e freiras, no Canadá. O link para a matéria sobre “Sugarcane” está no final desse post.

Abaixo dou mais detalhes sobre “No Other Land” e “Black Box Diaries”, que mereceram as indicações recebidas a vários prêmios, especialmente ao Oscar. Pois é uma forma desses docs ganharem ainda mais espaço na mídia e “buzz”, aumentando sua audiência pelo mundo afora.

 

No Other Land

 

 

Um retrato das relações conflituosas entre Israel e Palestina a partir do olhar de um coletivo de cineastas e ativistas palestinos-israelenses. No Other Land mostra a aliança inusitada e cheia de contradições entre Basel Adra, um jovem militante palestino, e Yuval Abraham, um jornalista israelense. O documentário filma as ruínas e a terra arrasada que se tornou Masafer Yatta, um conjunto de vilas palestinas localizadas na Cisjordânia ocupada. Desde muito cedo, durante a infância, Basel testemunha e luta contra a destruição das casas e escolas locais e as desocupações violentas de sua comunidade pelo governo e pelo exército de Israel. Ao conhecer Yuval, ganha um aliado do lado inimigo, formando uma amizade de correspondências políticas e filosóficas. Sua relação, entretanto, permanece complexa, uma vez que, enquanto Basel vive sob as agressões e a prisão da ocupação militar israelense, Yuval vive livre e sem restrições. Fonte: AdoroCinema

 

 

 

Black Box Diaries – Disponível na Paramount +

 

 

No documentário, a vítima Shiori Itō investiga e analisa seu próprio caso de estupro, que teve uma grande repercussão no Japão. Especialmente porque o perpetrador foi Noriyuki Yamaguchi, um homem influente, amigo do primeiro-ministro Shinzo Abe, que era o então chefe do escritório de Washington D.C. do Tokyo Broadcasting System. O doc foi aclamado pela crítica e foi eleito um dos 5 melhores documentários de 2024 pelo National Board of Review. Fonte: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Black_Box_Diaries

 

 

 

 

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