Pé na estrada em Pioneertown: A cidade cenográfica dos faroestes tem vida e é ponto turístico no deserto

Em 2016, visitei Pioneertown pela primeira vez quando fui passar o ano novo em Joshua Tree. Fiquei encantada com a cidade cenográfica de cowboy, que serviu de locação para diversos filmes e séries de Western. Sempre quis voltar para me hospedar no local, que fica no alto das montanhas desérticas, entre Los Angeles e Palm Springs (uma viagem de carro de aproximadamente 2 horas e meia saindo de LA).

A oportunidade veio no último réveillon e resolvi colocar o pé na estrada sozinha, para receber 2024 com a energia do deserto, dos povos indígenas, que são os verdadeiros donos dessa terra e dos ícones da rock’n roll, que já tocaram no Pappy + Harriet’s – um bar histórico onde passei a virada. Dessa vez eu me hospedei no motel que fica dentro de Pioneertown e parece coisa de cinema mesmo.

 

O local não é só histórico como peculiar. Em 1946, Dick Curtir teve a ideia de construir uma cidade temática de 1880, que seria funcional e facilmente acessível de Los Angeles e Palm Springs e que serviria como local de filmagem, destino de férias e residência permanente para pessoas que trabalhavam na indústria do entretenimento, fazendeiros e amantes do deserto.

Ele contou com o apoio de um grupo de investidores que colocaram a cidade de pé. Infelizmente, a região não se desenvolveu como o esperado, mas produtores de Hollywood abraçaram o projeto de usar Pioneertown como cidade cenográfica para inúmeros clássicos de filmes e seriados Western.

Quando o gênero saiu de moda, e lendas da música como Paul McCartney e Patti Smith passaram a frequentar o Pappy+Harriet’s, Piorneertown virou um marco do deserto, combinando Joshua Trees, paisagens lindas, música boa, drinks, compras e muita diversão, passando a ser uma parada obrigatória para os moradores da área, para turistas do mundo inteiro e pra quem faz veraneio na região.

A rua principal só pode ser acessada a pé ou a cavalo, como nos velhos tempos. (Mas tem estacionamento gratuito na redondeza).

Façam um tour com a gente pelas lojinhas, o pequeno museu, algumas casas que são habitadas (sim, tem gente que mora lá!), a delegacia, a prisão e o correio, que é o mais fotografado dos EUA.

Vou fazer um post especial sobre o motel, onde me hospedei, e os três bares da cidade, sendo um deles um boliche, em breve. Mas nessa matéria vocês já têm um gostinho desse oásis que é uma combinação da “fantasia” das produções cinematográficas, com a realidade de uma aconchegante e histórica cidade do interior.

Graças à comunidade e ao governo local, a cidade foi mantida exatamente com foi construída, e o passeio por lá nos dá a sensação de ter entrado num túnel do tempo, nos levando direto para 1800. Nessa viagem ao mundo dos cowboys, refleti sobre os povos indígenas, os Serranos, Chemehuevi e Cahuilla, que residiam naquela região, expulsos de suas terras durante a colonização. O homem branco dominou e transformou em “Disneylândia” a área, mas a boa energia que senti nesse réveillon inesquecível vem dos seus residentes originais. Apesar de toda a badalação, foi um lugar que me deu a chance de colocar o mundo no silencioso, cercada da natureza e das Joshua Trees que, ao contrário de uma cidade cenográfica, são pura vida e fazem a visita a Pioneertown valer realmente a pena.

 

Saiba mais sobre Pioneertown:

 

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