Lembro que a primeira vez que eu assisti “Tár”, em outubro, por alguns minutos eu pensei que o filme fosse baseado em uma história real, quando lembrei que tinha lido uma entrevista com Todd Field, que afirmou ser uma ficção. Todd escreveu um roteiro tão brilhante, (dominado por personagens femininas, mulheres fortes, talentosas e sensíveis), que passa por uma biografia. Foi ele que dirigiu o filme também, por sinal, um dos melhores da temporada e um dos favoritos para receber merecidas indicações ao Oscar 2023, em diversas categorias.
Tive a honra de ver “Tár” pela segunda vez em uma sessão especial, que contou com a presença de Todd, da diva protagonista Cate Blanchett, que interpreta Lydia Tár e da incrível Nina Hoss, que é Sharon, esposa de Lydia no filme. Eu nunca tinha ficado frente a frente com Cate, uma das minhas atrizes favoritas, foi uma noite muito especial.
Depois da sessão rolou um bate-papo com o diretor/roteirista e as atrizes e, na sequência, um coquetel com a participação de todos, na CAA, em LA.
O evento não podia ser fotografado ou filmado. Cate não curte muito virar um registro nas redes sociais. Eu não a culpo, aliás acho muito razoável, pois assim dedicamos toda a nossa atenção ao que foi dito no painel sobre esse projeto espetacular.
Todd escreveu o filme pra Cate, e contou sobre o processo, “escrevi o roteiro pra Cate, durante a pandemia e, logo que terminei, mandei pra empresária dela, que está aqui hoje (ele aponta pra ela que estava em pé perto da porta de entrada), e ela me disse que a Cate estava com a agenda cheia pelos próximos três anos, bateu um desespero, mas. pra minha sorte, a Cate leu o roteiro e topou mudar alguns planos pra fazer o filme, que não teria acontecido sem ela”.
A sorridente Cate agradeceu, respondendo “mas esse roteiro é tão sensacional que seria impossível dizer não. Valeu a pena. Foi um grande desafio pra mim em vários sentidos, inclusive fisicamente, pois tive que aprender a me movimentar como regente da orquestra. Mas foi fascinante. Eu sempre busco projetos que possam me desafiar e esse foi perfeito”.
Todd compartilhou sobre a escalação de Nina “foi até engraçado porque eu e a Cate pensamos na Nina para interpretar a Sharon. Nós dois tínhamos certeza que ela era a única opção pro papel. Rezamos pra ela aceitar, quando a Nina disse sim ficamos aliviados. A gente sabia que ia funcionar”.
Nina lisonjeada comentou “imagina que eu ia perder a oportunidade de trabalhar com Cate Blanchett, nunca. Eu faria qualquer coisa com a Cate, mesmo sem ler o roteiro, mas depois que li o script de ‘Tár’, eu fiquei tão emocionada, era tão maravilhoso, que eu me senti privilegiada de fazer parte desse projeto único”.
Cate Blanchett ganhou o Golden Globes 2023, na categoria melhor atriz, já foi indicada em todas as premiações que fazem parte da awards season e é praticamente certo que ela será indicada também ao Oscar, inclusive ela é uma das favoritas pra levar mais uma estatueta (Blanchett ganhou dois Óscares, na categoria melhor atriz).
Dizer que Blanchett está fora de série como Lydia Tar não descreve o show de atuação que ela dá no filme! Cate superou ela mesma, se é que isso é possível.
Nina é seu par perfeito, de fato. Mas não podemos deixar de destacar o roteiro, que segue à risca todas as dicas do gênio Joseph Campbell, que criou a “jornada do herói”, que todo roteirista aprende em cursos ou faculdade de roteiro. Há muito tempo eu não via alguém empregar tão bem todas as dicas do mestre. Sem defeitos!
A única coisa que supera um filme desse foi ver Cate Blanchett atendendo todos os fãs com muito carinho e simpatia. Ela agradeceu a minha amiga por ter visto “Tár” no cinema, afinal esse é o tipo de filme produzido para a telona (como a maioria dos filmes, lógico!). Ela não conseguiu nem entrar direito no local onde estava rolando o coquetel. Ficou na entrada, recebendo os cumprimentos dos presentes. Os seguranças estavam lá pra manter a ordem e a organização.
Todd e Nina também conversaram com a turma. Todos muito gentis. Agora, Blanchett deixou em mim aquela impressão de que se você chegou no evento fã dela, saiu ainda mais apaixonado pela atriz e pelo ser humano humilde e falante. Gente como a gente, uma verdadeira diva, em todos os sentidos que a gente pode imaginar.
Tietei muito. Foi um daqueles dias que a minha realidade foi ainda melhor que o sonho. Inesquecível!
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| vvvvv | Sinopse: Tendo alcançado uma carreira invejável com a qual poucos poderiam sonhar, a renomada maestrina/compositora Lydia Tár (Cate Blanchett), a primeira diretora musical feminina da Filarmônica de Berlim, está no topo do mundo. Como regente, Lydia não apenas orquestra, mas também manipula. Como uma pioneira, a virtuosa apaixonada lidera o caminho na indústria da música clássica dominada por homens. Além disso, Lydia se prepara para o lançamento de suas memórias enquanto concilia trabalho e família. Ela também está disposta a enfrentar um de seus desafios mais significativos: uma gravação ao vivo da Sinfonia nº 5 de Gustav Mahler. No entanto, forças que nem mesmo ela pode controlar, lentamente, destroem a elaborada fachada de Lydia, revelando segredos sujos e a natureza corrosiva do poder. E se a vida derrubar Lydia de seu pedestal? Fonte: Adorocinema |
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Maravilhado com esse texto. Aguçou ainda mais meu interesse em prestigiar esse filme nas telonas. Cate Blanchett é sublime em tudo que se propõe à fazer.