YellowJackets em dose dupla: Elenco e diretoras falam sobre a segunda temporada da série

 

Essa matéria contém spoilers e foi atualizada dia 7 de junho de 2023.

 

Quando encontrei as estrelas de “YellowJackets”, Sophie Nélisse e Melanie Lynskey, que interpretam Shauna (no passado e presente, respectivamente) e a diretora do episódio 6, da 2ª temporada da série, Liz Garbus no Deadline Contenders, em LA, pirei ao saber que naquele episódio seria revelado o que aconteceu com o bebê que Shauna esperava, quando ela e seu time de futebol sofrem o acidente de avião que as deixou perdidas na selva. O destino do bebê era um dos grandes mistérios do seriado e uma das revelações mais esperadas pelos fãs. (Esse episódio, aliás, partiu meu coração, chorei e me emocionei muito pela atuação brilhante de todas as jovens atrizes e a direção primorosa de Liz).

No evento, Sophie e Liz falam sobre os desafios de gravar o episódio que impactou não só a personagem, como a todo o grupo. Enquanto Melanie confessa que é fã número 1 de Sophie.

Além disso, Sophie também compartilha os detalhes de como foi gravar as cenas de canibalismo, um outro momento aguardado ansiosamente pelo nosso fandom.

   

Os destaques do bate-papo no Deadline Contenders:

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vv Liz: “A Sophie ainda não é mãe, então meu objetivo principal era que ela tivesse confortável para interpretar cenas tão intensas, afinal ela está parindo, no meio da floresta, numa situação muito peculiar. Então meu trabalho era dar todas as referências e o suporte necessário para que ela criasse a sua própria versão de dar a luz , dentro das circunstâncias de sua personagem. Foram dias muito emocionantes e especiais não só para o elenco, como para a equipe e pra mim.”
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vv Sophie: “Foi desafiador, porque eu nunca passei por ima situação parecida antes e eu queria honrar a história de todas as mulheres que tiveram bebê. Antes de gravar, eu conversei com as mulheres da minha vida, e elas foram a minha inspiração ao compartilhar suas experiências. Mas, foi essencial ter uma diretora maravilhosa como a Liz me orientando e me apoiando. Tenho certeza que a presença dela impactou diretamente no resultado, você vê o amor, o medo, que aquele momento trouxe pra todas nós. Foi difícil, mas inesquecível.”
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vv Melanie: “Eu adoro a Sophie. E a Liz é espetacular. Eu acompanhei as leituras do roteiro e sabia que a Sophie estava em boas mãos, pois o episódio era difícil e a Liz é muito sensível, a pessoa certa para capitanear o barco. Mas a Sophie é uma atriz espetacular, eu acho que nem ela sabe como ela é boa, ainda bem, assim ela não fica metida (risos). Eu não consigo falar muito da atuação dela nesse episódio, sem chorar.”
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Sobre Canibalismo:

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vv Sophie: “Eu estava curiosa pra saber quando gravaríamos as cenas de canibalismo, mas ninguém conta nada pra gente. E, na verdade, fiquei até impressionada de ter acontecido logo no início dessa temporada (a segunda), eu achei que iria demorar mais. A gente comeu jaca, mas o estado mental das nossas personagens era muito complexo naquele momento, foi um desafio.“
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vv Melanie: “Eu não estava lá, mas fiquei impressionada quando assisti ao episódio. Porque é um grupo de jovens, adolescentes, passando por essa situação horrível. Aquele momento vai mudar a vida delas pra sempre. Tem um senso de realismo muito grande nas cenas, a gente vê algumas pessoas falando sobre o assunto, outras ignorando, outras duvidando que aconteceu. Essa é mesmo a forma como lidamos com trauma, especialmente na adolescência. Essa temporada cortou meu coração. Sinto por essas adolescentes. Está tão difícil pra elas e pra todas nós, pois minha personagem, como você sabem, faz um monte de loucuras e comete até crimes por conta desses traumas. Se ela fosse minha amiga, eu diria pra ela fazer terapia, que já passou do tempo. Risos.”
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Sobre o Futuro:

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vv Sophie: “Preparem-se porque vai ser descida de ladeira, não vai melhorar não, vai piorar, desculpe. A gente não sabe nada da terceira temporada ainda, mas acho que não vai melhor não…”
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vv Melanie: “Sim, a previsão é que seja perturbadora.”
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As revelações de Sophie e Melanie sobre a segunda temporada foram bem antes do último episódio da segunda temporada ir ao ar. E agora que sabemos o que acontece, a gente entende, melhor que nunca, que elas não estavam exagerando quando disseram que as coisas iam piorar e partir nossos corações. Mas, nada como mais um encontrinho com outros ícones da série pra acalmar minha alma de fã até que venham mais revelações e viradas na terceira temporada.

E, dessa vez, para a minha felicidade, tive a chance de ficar frente a frente com as belas Courtney Eaton, que interpreta Lattie na adolescência e Samantha Hanratty que dá a vida a jovem Misty, no Variety TV Fest, em LA. O evento também contou com a presença de Karyn Kusama, que dirigiu o piloto e a finale da segunda temporada.

   

Seguem alguns trechos do bate-papo com Courtney, Sammi e a diretora Karyn:

Canibalismo:

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vv Karyn: “O canibalismo foi um dos auges dessa temporada. As meninas estavam comendo jaca, mas as personagens não. E, para a maioria do elenco, que é vegano, entrar nesse estado mental é muito difícil, delicado. Mas necessário, porque elas são seres humanos numa situação de extremo caos em todos os sentidos, elas estão com frio, fome, não têm outra opção. Acho que chama tanto atenção porque de certa forma todos nós pensamos, será que numa situação semelhante, a gente não faria a mesma coisa? Por isso mexe tanto com o elenco, a equipe e a audiência. Yellowjackets apresenta temas relevantes de uma forma que nunca foi mostrada antes na TV, por isso é tão brilhante.”
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vv Sammi: “Certamente foram dias difíceis, mas eu tentei levar da forma mais leve possível, acho que todas nós, pra aliviar a tensão e se divertir, mesmo dentro de uma cena tão surreal. Entre os takes, a gente se olhava, comentava e eu tirava foto com o corpo recheado de jaca. Risos”
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vv Courtney: “Eu tenho que confessar que não posso mais ver jaca. Risos. Mas a boa notícia é que a gente não costuma comer jaca o tempo todo, então está valendo.”
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vv Sammy: “Verdade. Eu também não como mais. Risos”
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Sobre as teorias da série:

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vv Courtney: “A gente não sabe o que vai acontecer até receber o roteiro, mas é um barato acompanhar as teorias dos fãs nas redes sociais, a gente também tem nossas próprias teorias. Tem gente que acha que viu as luzes de uma cidade num dos episódios, e tem certeza que o grupo está mais perto da civilização do que pode imaginar. Eu não sei, acho difícil, mas quem sabe?! Ia ser divertido.”
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As nuances de Misty:

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vv Sammi: “Eu sei que a grande responsável por todos estarem perdidos na selva gelada, se alimentando de carne humana, é minha personagem, mas eu entendo a Mitsy, não a julgo, ela vivia uma solidão profunda, e viu nessa oportunidade uma forma – nada convencional – de ter amigos e acabar com a dor que ela sentia. Ela faz muitas besteira, comete crimes, lógico que não concordo, mas ela não tem ninguém para orientá-la e levá-la pra cuidar da saúde mental dela e a falta de apoio traz sérias consequências, na vida de todos nós. Acho que a trajetória da Misty deixa isso claro, sendo até um alerta para todos que acompanham a série.”
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O impacto do último episódio da segunda temporada:

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vv Karyn: “Eu dirigi o piloto da série e no piloto a gente já dava pistas do que ia acontecer num futuro próximo, especialmente entre Misty e Natalie. Mas claro que foi difícil pra todo mundo, até pra mim, rodar as últimas cenas. Porque não só o público sofreu ao se despedir de uma das protagonistas, mas as atrizes sofreram, especialmente a Juliette, e toda a equipe. Aquele momento marcou uma virada na série e na vida de todos os envolvidos. Foi especial pra mim dirigir esse episódio, eu sou fã da série também. Espero voltar em breve porque é sempre uma honra e mal posso esperar pelo que vem pela frente.“
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Minha peruca voou alto quando assisti ao episódio porque não é todo show que tem a coragem de matar uma das protagonistas, ainda mais sendo a responsável sua melhor amiga. Misty (Christina Ricci) acidentalmente atinge Natalie (Juliette Lewis) com uma seringa que tem uma droga letal. Admito que gritei na cena e ainda esperei que Natalie se levantasse, que tudo não passasse de um engano. Mas não, enganada estava eu por ter esperança. Aquele momento marcava o fim da jornada de Natalie na estória e o fim de uma temporada reveladora e intrigante. Um marco na vida dos fãs de “Yellowjackets”.

Se você ainda não acompanha “Yellowjackets”, fica a dica de uma série que, na verdade, tem como fio condutor a saúde mental e a importância de tratar nossos traumas.

 

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vv “Yellowjackets” narra a jornada de um time de futebol feminino que, durante o ensino médio, sobreviveu a um acidente de avião no distante deserto de Ontário. Criada por Ashley Lyle e Bart Nickerson (Narcos), a série mistura terror psicológico e drama em uma história de sobrevivência. Vinte e cinco anos depois, acompanhamos uma equipe complicada mas talentosa se transformar em um clã selvagem, enquanto tentam reconstruir suas vidas como mulheres adultas. Elas percebem que o passado é difícil de ser ignorado e o que começou na floresta está longe de ter um fim.  (Fonte: AdoroCinema)
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