8 Mulheres incríveis de 2017

Por: Camila Sá

O renomado dicionário Merriam-Webster elegeu, na semana passada, feminismo a palavra de 2017. O termo, que dá sentido à luta de igualdade das mulheres com os homens, foi a maior procurada do ano, o que denota o aumento de interesse e engajamento do público, presente na internet, pela questão política e social.

Em um ano no qual vários escândalos de abusos e assédios sexuais vieram à tona, o que a gente sente é um quentinho no coração que se chama esperança. Esperança de que dias melhores para nós, mulheres, estão por vir, nem tudo parece estar perdido. Sendo assim, decidimos reunir um apanhado de personalidades femininas, reais e fictícias, que nos fizeram ter ainda mais orgulho do nosso sexo.

1 – Gal Gadot (Mulher-Maravilha)

O primeiro nome dessa lista não poderia ser diferente. Mais do que entretenimento, o que “Mulher-Maravilha” significa, para jovens e adultos, é uma simples palavra que altera todo o contexto de uma franquia de super-heróis: representatividade. Eu nem sou muito ligada a esse tipo de produto, mas tive que me render, poucas coisas me emocionaram mais no cinema do que ver Diana Prince (Gal Gadot) cruzar seus pulsos e descobrindo o seu poder diante do mundo. Ou aquele outro icônico momento em que ela, numa guerra rodeada de homens, se revela para o combate sem sequer questionar que aquele não é o seu lugar, que ela não deveria fazer isso porque é mulher.

Além disso, Gal não poderia ter sido escolha melhor. Ela vem nos provando que o discurso feminista não é só mais do mesmo, ao se posicionar contra o retorno de Brett Ratner (“X-Men”), para a franquia de filmes, que abusou continuamente de várias mulheres na indústria do cinema. O recado foi claro: se ele continuasse, não teríamos Gadot na sequência.

Quer ver coisa mais linda do que uma mulher usando sua influência para defender seu ponto de vista?

2 – Patty Jenkins

Seguindo a onda do filme, não dá para deixar Jenkins de fora, a brilhante mente por trás da forma a qual Diana Prince foi retratada em Mulher-Maravilha. As mulheres já estavam mesmo cansadas da mesma visão objetificada e sexualizada nesses filmes. Não tem ninguém que nos entenda melhor que uma de nós, né? Aqui, Patty representa todas as diretoras mulheres que, infelizmente, ainda, têm que lutar por esse espaço predominado por homens que acham que podem fazer delas de gato e sapato, mas ainda assim se destacam e nos inspiram. Ela veio provar que não é bagunça não.

Infelizmente, continuam a ser passos menos largos em comparação a hegemonia masculina, o Globo de Ouro ainda deixou grandes nomes femininos de fora da premiação. Mas isso vai mudar, mores!

3 – As meninas de “The Bold Type”: Jane Sloan, Kat Edison e Suttton Brady

Se você ainda não conhece essa série, eu quero saber, o que você pensa que está fazendo com a sua vida? Elas são as minhas três melhores amigas, sem o mínimo exagero. Essas meninas se sustentam sozinhas na caríssima e agitada Nova York, trabalham na maior e mais prestigiada redação feminina da cidade, elas são reais. Somos eu e você com aquelas dúvidas entre relacionamentos e trabalho, a insegurança em tomar um grande passo na vida e o cantinho seguro que a gente volta no fim do dia.

Eu me conectei tão rapidamente com elas, que sinto até saudade, é como se estivéssemos ligadas de alguma forma. O que eu mais amo em “The Bold Type”, assim como os exemplos já citados acima, é que o discurso se casa com as atitudes. Esse feminismo não é pregado em rótulos vazios, ele é aplicado na vida. Não é defender a sua amiga quando ela está errada, é saber acolhê-la.

4 – Anitta

Hollywood é aqui, mas a gente também exalta ícone brasileiro. Eu não acho que consiga expressar o quão genial e incrível Anitta é. Ela saiu de um lugar bastante pobre e faz questão de sempre contar essa história, não tinha nem moeda para pegar o ônibus para a escola, mas sempre lutou MUITO por um sonho: cantar e ser conhecida em seu país de origem. Ela é mais nova que eu e conseguiu construir um império, sustenta famílias e roda o Brasil inteiro durante a semana. Quando pensamos que era “só” isso, Larissa – seu verdadeiro nome – assumiu as rédeas da carreira – se você não sabe, ela sua própria empresária.

https://www.youtube.com/watch?v=_2RFnKpDQqY

O sucesso de um hit se tornou dois, cinco, dez… já perdi a conta, viu? Ela divulga o nosso país por onde passa, exalta seu povo, não esquece suas raízes. Levanta artistas locais e deslancha a carreira dos internacionais aqui dentro, se o espanhol voltou a bombar nas rádios grande parcela de crédito disso é dela. A jovem tem consciência política e não está nem aí se você acha rebolar com roupa curta uma coisa vulgar. Ela é real.

Anitta: eu te venero, mulher!

5 – Ariana Grande

Esse foi um triste e bonito exemplo de que o ódio não deve nos calar. Ainda no começo de 2017, um dos shows de Ariana Grande, em Manchester, foi alvo de um ataque terrorista. Inúmeras crianças tiveram ferimentos gravíssimos, pais e mães perderam seu filhos, pessoas que saíram de casa para celebrar a música e o amor voltaram destroçadas. O provável pavor dessa cantora de subir a um palco novamente preocupava os fãs, mas ela o fez!

A moça retornou ao Reino Unido, reuniu um TIMAÇO de artistas, arrecadou milhões em dinheiro e foi uma das maiores audiências do ano na televisão com o “One Love Manchester”. Ari, inclusive, ocupa o primeiro lugar de cantores/bandas mais buscados no Google deste ano. Uma frase que me marcou e ainda me arrepia, que ela postou logo depois do ocorrido, foi a seguinte: “nós não operamos sob o medo”.

Que assim seja ♥

6 – Kesha

Mais uma história de superação. Kesha, neste ano, finalmente se livrou das garras de Dr. Luke, famoso produtor da indústria pop musical, e conseguiu lançar um álbum solo. Durante os anos que trabalhou com ele, a loira foi abusada psicológica, moral e sexualmente, além de sofrer com o uso de substâncias entorpecentes. O mundo se voltou para ela quando os trâmites do processo começaram a ser conclusivos.

Kesha processou o produtor, e ainda continua com o selo da gravadora que detém seus direitos autorais, mas agora sem a presença de seu abusador. A cantora terminou “Rainbow”, que tem produção executiva assinada por ela mesma, um dos discos mais emocionantes de 2017. A jovem tem retornado gradualmente às premiações e, nas últimas semanas, foi indicada, pela primeira vez, ao Grammy Awards por Melhor Álbum Pop e Melhor Performance Solo Pop.

7 – Ashley Judd

Se estamos descobrindo, a cada dia, sobre as podridões sexuais e abusivas dos executivos de Hollywood é por conta dela: Ashley Judd. A mãe de Tris Prior (Shailene Woodley) em “Divergente” (2014) foi a gota d’água na vida e má conduta de Harvey Westein. Depois da confissão da atriz, outras váaaarias mulheres se sentiram confiantes e compartilhar suas histórias de horrores com mais um homem que achava que podia fazer o que quisesse na indústria. Não pode, viu querido?

E ainda por tal acontecimento, outros nomes rodaram na opinião pública: Kevin Spacey, Brett Ratner (conforme já citado), produtores de “One Three Hill”, Mark Schwahn, e séries da D.C. (“Arrow”, “Legends of Tomorrow”, “The Flash” e “Supergirl”, Andrew Kreisberg, dentre outros.

Obrigada, Ashley.

8 – Selena Gomez

Nossa lista chega ao fim com essa guerreira. Com pesar no coração, os fãs receberam a notícia de que ela teve uma experiência entre a vida e a morte, da qual ninguém fazia ideia. Selena Gomez precisou ser operada às pressas para um transplante de rins, em decorrência da complicação do lúpus, doença a qual foi diagnosticada em 2013. Para sua sorte, uma amiga próxima de anos, Francia Raisa, era compatível e não pensou duas vezes em doar.

Ela ainda foi duramente criticada por terminar um relacionamento com The Weeknd e voltar com Justin Bieber. Ninguém entendeu muito bem como ou quando eles voltaram a conviver juntos, mas ela deixa muito claro que não se importa com a opinião alheia e que o rapaz sempre vai ocupar um lugar especial em sua vida. É assim que tem que ser, não?

Ainda para os feitos da moça, encontram-se duas músicas incrivelmente diferentes de tudo que ela já fez antes. Gomez diz que está tentando encontrar sua sonoridade, testar coisas diferentes, ver o que lhe agrada. Ela declina a pressão da gravadora e escolhe seus próprios passos.

A Billboard parece ter o mesmo sentimento de orgulho que os fãs, ao nomeá-la a Mulher do Ano em um evento que exalta mulheres na indústria musical, o “Women In Music”. A publicação ainda considerou “Bad Liar”, nesta semana, a melhor música de 2017. Muita moral, né?

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