Boas-vindas para 2024 ao som do rock e do silêncio do deserto

Minha prima Clarissa cresceu comigo e é uma das pessoas que melhor entende a minha essência. Minha amiga Larissa comemorou comigo meus 50 anos e convive com a Claudia na meia-idade. Ambas são cariocas, com apenas 1 letra diferente em seus nomes, mas nunca se viram, Clarissa mora no Rio e Larissa é minha vizinha em LA. Duas mulheres de gerações diferentes e histórias de vida diferentes, que têm em comum o fato de me lerem bem, me indicaram o mesmo livro, “Mulheres que correm com os lobos”, de Clarice Pinkola Estes.

Eu optei pelo audiobook, narrado pela própria autora e, confesso que, meu ano de 2023 terminou melhor depois de ouvi-lo.

Para ser a mulher que sou hoje eu fiz escolhas difíceis. Algumas deixaram cicatrizes profundas, mas viver fora do cativeiro tem seu preço. Eu escolhi não deixar o sentimento de culpa dominar nenhum aspecto da minha vida, assim como não carrego a “mochila” de problemas de ninguém. Nem dos meus pais. Acredito que cada um tenha que lidar com as suas questões e, sinceramente, acho um tanto arrogante as pessoas que querem tomar decisões pelos outros. Mas, cada um pensa como pode, claro. Tem gente que me julga como uma pessoa egoísta, pela forma como vivo, mas a opinião dessas pessoas também não me pertence. Sigo focada em seguir a minha caminhada lidando com as consequências das minhas atitudes, muitas delas, não convencionais.

O livro respondeu perguntas minhas que eu nem sabia que eu tinha e validou minhas atitudes, em um momento que eu estava me questionando e me mostrou que minha liberdade plena está na solitude e não tem problema nenhum nisso.

Fiquei tão inspirada que fui passar o Réveillon sozinha em Pioneertown, próximo a Joshua Tree. O local foi construído para ser uma cidade cenográfica para filmes e séries de cowboy nos anos 40/50 e hoje é um refúgio no deserto, onde está o Pappy and Harriet’s, um bar onde lendas como Paul McCartney e Patti Smith já se apresentaram. Foi lá que passei a virada e recebi ao som de rock’n roll – obrigada Daisy Jones por me lembrar como eu amo rock – o ano novo. Foi uma combinação perfeita entre colocar o mundo no silencioso, o que consigo fazer no deserto e curtir uma boa música ao vivo para dar as boas-vindas a 2024.

 

Resolvi compartilhar essa experiência para desejar a todos um feliz 2024. A vida tá longe de ser fácil, mas que você aproveite os momentos fascinantes. Não tenha medo de fazer escolhas dolorosas e nem se escravize com problemas e sentimentos que não te pertencem. E, mais importante que tudo, que você tenha amigas que se importam tanto com você que indicam um livro que vai mudar sua vida pra melhor. Obrigada, meninas! Com amor, C.

 

 

Sinopse do livro:

 

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Mulheres que correm com os Lobos
Clarissa Pinkola Estés

Os lobos foram pintados com um pincel negro nos contos de fada e até hoje assustam meninas indefesas. Mas nem sempre eles foram vistos como criaturas terríveis e violentas. Na Grécia antiga e em Roma, o animal era o consorte de Artemis, a caçadora, e carinhosamente amamentava os heróis. A analista junguiana Clarissa Pinkola Estés acredita que na nossa sociedade as mulheres vêm sendo tratadas de uma forma semelhante. Ao investigar o esmagamento da natureza instintiva feminina, Clarissa descobriu a chave da sensação de impotência da mulher moderna. Seu livro, Mulheres que correm com os lobos, ficou durante um ano na lista de mais vendidos nos Estados Unidos. Abordando 19 mitos, lendas e contos de fada, como a história do patinho feio e do Barba-Azul, Estés mostra como a natureza instintiva da mulher foi sendo domesticada ao longo dos tempos, num processo que punia todas aquelas que se rebelavam. Segundo a analista, a exemplo das florestas virgens e dos animais silvestres, os instintos foram devastados e os ciclos naturais femininos transformados à força em ritmos artificiais para agradar aos outros. Mas sua energia vital, segundo ela, pode ser restaurada por escavações psíquico-arqueológicas’ nas ruínas do mundo subterrâneo. Até o ponto em que, emergindo das grossas camadas de condicionamento cultural, apareça a corajosa loba que vive em cada mulher. Clássico dos estudos sobre o sagrado feminino e o feminismo.

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