Pé na estrada no Vale do Silício: uma viagem no tempo no Computer History Museum

A gente sabe que está na meia idade quando chega no Computer History Museum, em Mountain View, no Vale do Silício, e percebe que acompanhou toda a evolução digital: do vinil, passando pela fita cassete, CD, iPod, até as plataformas de áudio, como o Spotify, Apple e Amazon Music – e de volta ao vinil, que nunca esteve tão na moda.

No quesito vídeo, passei pela fita VHS, tive disc laser e, claro, DVD, que ainda amo. Sem contar com os disquetes com programas e jogos, que inseríamos no computador. E não vou nem começar com o papo da internet discada…

Pois é, quem está com 51 anos, hoje, acompanhou toda a transição do mundo analógico para o digital. Mas, a grande revolução ainda estar por vir com a inteligência artificial, que vai transformar em peças de museu todos os modernos iPhones, as redes sociais, os aparelhos de TV e tudo mais.

 

 

Enquanto aguardamos o futuro, a visita ao Computer History Museum foi incrível pois me deu a noção de onde tudo isso começou e me ajudou a entender melhor a evolução do mundo digital, desde a tecnologia aplicada na máquina de bater o ponto, para facilitar a entrada e saída dos funcionários, na época da revolução industrial.

 

 

 

 

As instalações do museu são super bacanas e algumas são interativas o que torna nossa visita ainda mais interessante.

Percorri todas as salas e devo dizer que o momento que encontrei meus primeiros vídeo games, o Atari e o Merlin, foi meu predileto, tendo em vista o relato emocionado que compartilho no final desse post.

 

 

 

 

Fiz o tour pelo museu com calma para processar as informações e no final comprei alguns regalos na lojinha que é um charme, e aproveitei para conferir a última versão do Waymo (antigo Google car), o carro que dirige sem motorista e fica exposto no saguão de saída. Por falar no carro autossuficiente, outro dia cruzei um deles no trânsito de Los Angeles. Ainda não tive coragem de pegar uma carona, pois não confio tanto assim na tecnologia, mas o futuro já chegou e qualquer hora será inevitável.

 

 

 

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Para quem cresceu nos anos 80


Meus olhos encheram de lágrimas ao me deparar com meu primeiro vídeo game, o Atari, e Pac Man, meu game favorito, no Computer History Museum em Mountain View.

Enquanto um filme da minha infância passava pela minha cabeça, um grupo de jovens de 20 e poucos anos, que estava ao meu lado, me perguntou se eu tinha jogado Atari. Era a chance que eu precisava pra extravasar a minha emoção. Para minha surpresa, os meninos e meninas trabalhavam na matriz do Google, que fica do ladinho do museu e, para eles, o Atari e o Pac Man são ícones que representam o início de uma revolução.

Comentei com eles que me arrependi, naquele momento, de ter deixado minha mãe doar o meu Atari e minhas fitas de jogos, especialmente o Pac Man, eles concordaram e me disseram que é uma relíquia hoje em dia.

Mas, preenchi a ausência do vídeo game que mamãe doou há mais de 30 anos, com as deliciosas lembranças dos muitos finais de semana jogando Atari com meu irmão, meus primos e amigos, como Renato Barone.

E, graças à garotada, saí do museu me sentindo uma revolucionária já que, segundo eles, nem todo mundo da minha geração teve acesso ao video game, tanto que duas pessoas no grupo nunca tinham conhecido alguém que jogou Atari. Mais um item pra minha longa lista de uma infância privilegiada.

Sem contar os privilégios da minha vida adulta que é abençoada com oportunidades e encontros como esse, numa tarde chuvosa, num museu no Vale do Silício, que tornou meu dia mais especial.

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E, ainda na vibe, direto do túnel do tempo:


Alguém se lembra do Merlin? Diz tudo sobre a minha idade. Eu ganhei dos meus pais em um Natal na década de 80 e era viciada. Reencontrei meu game no Computer History Museum, pertinho do Atari e do Pac Man.

E, mais uma vez, a ficha da meia-idade caiu de verdade ao encontrar meus brinquedos favoritos da adolescência em um museu.

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O Computer History Museum fica do ladinho da matriz do Google, um programa imperdível também:

 

 

 

Depois de horas no museu, nada melhor que um chopp bem tirado e um sanduba caprichado, no Alpine Inn, o bar inaugurado em 1852, e o mais antigo do Vale do Silício, que, por sinal, foi um dos botecos mais antigos e tradicionais que eu já fui até hoje.

Fica no alto de uma montanha, escondido, mas é um “oásis” pra lá de animado no meio da floresta. Imperdível conferir mesmo em um dia chuvoso.

 

 

 

 

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