Brie Larson luta pelo credenciamento de imprensa das minorias em grandes festivais de cinema

Enquanto a CCXP no Brasil parou de credenciar sites e portais de entretenimento a fim de privilegiar os influencers que, muitas vezes, nem falam sobre séries ou filmes em seus canais, mas são credenciados apenas por ter um número significativo de seguidores, a atriz Brie Larson, vencedora do Oscar por sua excelente atuação no filme “O Quarto de Jack”, usa o discurso de um prêmio que recebeu em Los Angeles para fazer um apelo aos grandes festivais de cinema, como Sundance e Toronto, para que os mesmos credenciem mais veículos de imprensa que representem as minorias, ou seja, mulheres, estrangeiros, negros e latinos.

Sou fã de carteirinha da Brie, que já tive o prazer de conhecer em LA, amo tanto que compartilho novamente o registro do nosso encontro:

http://www.hollywoodeaqui.com/estrelas/atrizes-prometem-brilhar-na-temporada-de-premiacoes-em-hollywood/

Aliás, na minha opinião foi de Brie Larson o melhor discurso na cerimônia do Oscar ao receber a estatueta na categoria melhor atriz, pois ela agradeceu a todos que vão ao cinema assistir aos filmes, ou seja, mais que merecido lembrar da gente que investe e paga caros ingressos pelo mundo afora para prestigiar os filmes.

Vale lembrar deste momento inesquecível:

E, sem dúvidas, aplaudimos de pé a iniciativa de Larson de doar todo o tempo do seu discurso na premiação promovida pela ONG “Women In Film” (Mulheres no Cinema) para fazer campanha para os jornalistas freelancers, considerados minorias, como mulheres, latinos, negros, estrangeiros, categoria que eu me encaixo mais de uma vez, para que os festivais de cinema como Sundance (que já nos credenciou como imprensa) e Toronto possam nos ceder credenciais para fazer a cobertura dos seus eventos e acompanhar em primeira mão as estreias dos filmes, escrevendo resenhas que reflitam nosso ponto de vista, não apenas dos homens, brancos, norte-americanos, que dominam os veículos de imprensa nos EUA.

Assista o discurso no vídeo e leia os detalhes abaixo, porque vale a pena.

É importante para nós jornalistas, mas, especialmente, também para o público, inclusive no Brasil, que tenhamos mais representantes do nosso país participando desses festivais e não só levando as notícias para o público brasileiro, como também trazendo um pouco do Brasil para o público estrangeiro.

Ao contrário do que a CCXP pensa ou faz, é importante valorizar não só números, mas profissionais sérios que se propõe a fazer uma cobertura de qualidade do seu evento. Mas se a gente não pode ganhar a briga em nosso próprio país, pelo menos valorizamos uma atriz norte-americana, vencedora de um Oscar, que luta por nós. Obrigada, Brie Larson!

Brie Larson:

 

Brie Larson quer ver mais repórteres e críticos negros, mulheres, estrangeiros e latinos cobrindo os festivais de cinema!

No Crystal & Lucy Awards, a atriz Brie Larson anunciou que o Festival de Cinema de Sundance e o Festival de Cinema de Toronto prometeram que 20% de suas credenciais de imprensa serão concedidas para que as minorias, mulheres, negros, latinos, para que as críticas dos filmes lançados nestes festivais reflitam melhor a realidade dos Estados Unidos.

Larson estava presente para receber o Crystal Award de Excelência no Cinema mês passado, em LA, quando ela dedicou seu discurso a dar uma chamada nos festivais sobre os críticos de cinema que são credenciados como imprensa e não necessariamente representam a realidade da população. Brie disse: “Dos 100 filmes de maior bilheteria em 2017, menos de um quarto dos críticos eram mulheres brancas, menos de 10% eram homens sub-representados e apenas 2,5% eram mulheres de cor”.

Larson enfatizou a questão que isso representa para a indústria de hoje, já que “avaliações mudam vidas” e impactam os filmes considerados para a temporada de premiações. Ela também reiterou a importância de ter uma indústria que realmente reflita as comunidades em que vivemos.

Brie Larson diz que aprendeu sua própria força interpretando o papel de “Capitão Marvel”:

“Eu não quero ouvir o que um homem branco tem a dizer sobre “Uma Dobra No Tempo”, por exemplo. Eu quero ouvir o que uma mulher de cor, uma mulher birracial tem a dizer sobre o filme. Eu quero ouvir o que os adolescentes pensam sobre o filme.”

“Se você faz um filme que é uma carta de amor para mulheres de cor, há uma chance de que uma mulher de cor não tenha acesso para assistir e escrever uma resenha sobre seu filme”, ​​disse ela, enquanto revela planos para lançar um opt-in programa que fornecerá aos estúdios o acesso a jornalistas e críticos sub-representados. “Não diga que o talento não está lá, porque está. Vocês precisam dar acesso a eles”.

Brie concluiu seu discurso desafiando os assessores de imprensa e tomadores de decisão presentes no evento, incentivando-os a revisitar sua lista de membros da imprensa que são convidados para cobrir seus eventos. “Por favor, certifique-se de que esses convites e credenciais encontrem seu caminho para jornalistas e críticos menos representados, mulheres, mulheres negras, latinos e estrangeiros de diversas nacionalidades, muitos dos quais são freelancers”.

Fonte:https://variety.com/2018/scene/news/brie-larson-minority-film-critics-1202845853/

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