Dever e Liderança: Os desafios de quem carrega o título máximo de uma família real

A terceira temporada da série “The Crown”, baseada em fatos reais, que conta a estória da monarquia britânica, estreia amanhã na Netflix. Somos fãs de carteirinha e estamos super ansiosos para maratonar um dos seriados mais bem produzidos dos últimos tempos e um dos nossos favoritos também.

Mas a gente não só acompanha a série, como curte acompanhar a história da família real, que inspirou nossa colunista e colaboradora Luana Mattos a escrever essa interessante reflexão sobre dever e liderança. Para pensar e refletir antes de devorar os episódios de “The Crown”.

 

 

Por: Luana Mattos

Quem me conhece sabe que sou uma entusiasta da família real britânica, e nos últimos meses tenho lido muitos artigos sobre os reis e rainhas do Reino Unido, o que me fez refletir bastante sobre dever e liderança. Quando ouvimos o termo rei ou rainha, logo pensamos em liderança suprema, soberania e poder total!

Mas, analisando mais de perto a história desses homens e mulheres, percebe-se que, na verdade, carregar a coroa requer muitas renúncias pessoais. E, embora os(as) monarcas tenham a palavra final, suas decisões não podem ser tomadas em benefício próprio, nem para satisfazer seus egos.

Carta da Rainha Mary para a Rainha Elisabeth logo após a morte do Rei George VI

Esste trecho da carta da Rainha Mary para a Rainha Elisabeth II, nos mostra que a coroa não contem apenas o peso das lindas pedras preciosas, mas o peso de todo o dever e dedicação daquele que a usa.

Particularmente, eu sempre considerei um grande desafio sustentar um cargo de liderança sem que este afete, também, o nosso ego. Afinal, vimos isso acontecer ao longo da história: egos inflados que incitaram guerras e instalaram ditaduras pelo mundo a fora. “Dê o poder ao homem, e descobrirá quem ele realmente é”, já dizia Maquiavel, também conhecido como o pai da Ciência Política.

De fato, o poder não é nosso, mas ele é concedido a nós para utilizarmos da melhor maneira possível. Talvez você possa pensar que não tem poder nenhum, afinal, não há nenhuma coroa sobre a sua cabeça e nenhum cetro em sua mão, mas, na verdade, todos temos algum poder. Governamos algo, exercemos alguma liderança em nossos trabalhos (ainda que seja mínima), somos responsáveis por algo ou alguém e, acima de tudo, somos responsáveis por nós mesmos.

“Aquele que não é capaz de se governar a si mesmo não será capaz de governar os outros.”, Mahatma Gandhi

Você pode até não ser responsável por uma nação inteira, mas é responsável pelo seu próprio mundo. O que você tem feito da sua vida? Como tem gerenciado a sua saúde? Que renúncias tem feito para conquistar seus objetivos? Você tem vencido suas batalhas? Tem governado seus pensamentos?

Todos os dias temos a oportunidade de tomar decisões importantes sobre como será o nosso futuro, sobre como iremos administrar nosso tempo e nossas escolhas.

Ser rei ou rainha, é acima de tudo um dever para consigo e para com o próximo, é olhar para além do luxo e dos títulos, é olhar nos olhos do outro e sentir compaixão.

Lady Diana em sua visita a Angola em 1997

 

“Um ser humano que chora, ri, se decepciona e se surpreende, mas acima de tudo alguém que teve a vida transformada por Jesus. Ama ler e escrever, e acredita que as palavras têm poder e que podemos mudar o mundo através delas.”
@luanatmattos

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