Em tempo: Vamos celebrar a 3ª temporada de “The Handmaid’s Tale”

Nunca é tarde para falar de uma obra-prima, por isso, meu coração viciado em seriado celebra hoje a terceira temporada de “The Handmaid’s Tale”. A série baseada no livro “O Conto da Aia”, escrito pela visionária Margaret Atwood, em 1985, retrata, na verdade, muito da sociedade do século XXI.

Por mais triste e cruel que seja pensar que a escravização das mulheres, por governantes ricos, brancos e poderosos, é um problema que enfrentamos em pleno ano de 2019, nunca foi tão importante existir um seriado que aborda o tema de forma tão competente e visualmente impecável, que chega a incomodar e causar desconforto. Afinal, vamos combinar que assistir um grupo de mulheres, que eram bem-sucedidas, inteligentes, férteis, sendo estupradas, torturadas e assasinadas pelos líderes da ditadura em que vivem, perdendo não só a dignidade, como seus próprios filhos, realmente, não é fácil de encarar. Agora, se é difícil pro telespectador, imagina pra quem vive isso na pele.

E, na verdade, todos nós somos vítimas de uma sociedade liderada por homens que estão tentando nos reprimir em nome de Deus e da família, exatamente como mostra a série.

Eu sou fã de carteirinha desde o piloto, mas admito que a terceira temporada, ao contrário do que alguns críticos disseram, foi a minha favorita. Não só o desenrolar do roteiro foi brilhante, como a atuação dos atores, a fotografia de tirar o fôlego, a produção de arte (que me deixa boquiaberta!) e a trilha sonora (impressionante como a escolha das músicas são precisas; elas por si só, complementam de forma espetacular a mensagem transmitida em cada episódio).

Mas, o que de fato fez a minha peruca voar é que os produtores, roteiristas e diretores da série não poupam esforços em mostrar as crueldades, não só visualmente, como o assassinato coletivo daqueles que pecaram, como através dos diálogos profundos e cheios de metáforas e mensagens subliminares, assim como os discursos de presidentes como Donald Trump e Jair Bolsonaro, e do ditador Adolf Hitler.

“The Handmaid’s Tale” não é um seriado de puro entretenimento, é uma das séries de maior importância da nossa era, por nos educar e chamar a nossa atenção para o rumo que a nossa sociedade está tomando atualmente. Não é um seriado para os iludidos e inocentes, mas para aqueles que gostam de pensar e, mais que isso, ter consciência que precisamos nos unir como as The Handmaid’s e tomarmos atitudes, especialmente na hora de elegermos nossos líderes, pois não é só a gente que vai sofrer as consequências, mas nossas filhas, sobrinhas, primas, as mulheres das próximas gerações.

Margaret Atwood lançou semana passada, 34 anos depois do seu best-seller, seu novo livro “The Testaments”, a sequência do seu “O Conto da Aia”. Conta a história de uma menina que mora na República de Gilead, onde se passa a estória do primeiro livro, outra que mora no Canadá e fica espantada com o que acontece no país vizinho e da temida tia Lydia, a “capataz” que escraviza as mulheres, 15 anos depois.

Tão bom quanto saber que Atwood nos abençoou com mais uma obra é ter conhecimento que o Hulu, mesma plataforma que produziu “The Handmaid’s Tale”, já adquiriu os direitos e vai transformar as palavras de Margaret em mais uma série inesquecível, que nem foi lançada ainda, mas já conquistou meu coração. Mal posso esperar!

Aproveito e deixo a dica para quem não assistiu, e aos amigos que já são fãs de “The Handmaid’s Tale” pergunto: o que acharam da terceira temporada?

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