City of Angels: a vista do outro lado

posterPor: Camila Sá

Essa semana eu decidi tirar o atraso de anos e ver o filme que tem como trilha sonora uma das minhas músicas favoritas de todos os tempos: Iris, do Goo Goo Dolls. Eu já curti ela na versão da Avril Lavigne, um pouco da Taylor Swift, ambas cantadas em dueto com o vocalista da banda, o John Rezeznik. Já foi tema de fossas, alegrias, momentos semidepressivos da madrugada, inspiração de textos… enfim, praticamente tudo. Ainda bem que eu não associo ela a ninguém e consigo continuar escutando com o passar do tempo, não importem as circunstâncias.

 

 

A canção foi criada especialmente para o filme, homônimo da cidade, “City of Angels”, protagonizado em 1998 por Nicholas Cage e Meg Ryan na Cidade dos Anjos, claro. Maggie Rice é uma médica que no início da história perde um paciente na mesa de cirurgia e se vê culpada por isso, ao passo de Seth Plate é um dos vários anjos responsáveis por cuidar e acompanhar as pessoas após a morte para o caminho de luz. Quando o paciente morre, Seth tem a impressão de ser visto por Maggie, embora apenas as pessoas que estão com o pé na cova consigam fazê-lo.

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O anjo passa a acompanhar a médica mais do que deveria e se deixa ser visto propositalmente para iniciar uma convivência com ela. Como anjo, ele não pode sentir gostos e sensações, é uma vida reclusa ao bem e segurança do próximo mas com limitações que ficam apenas para os humanos. Durante o tempo que passa com Maggie ele se apaixona por ela, mesmo a moça ainda não sabendo o que ele é, e deseja cada vez mais poder sentir alguma coisa. Qualquer coisa.

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Um dos pacientes da médica nota a presença do anjo que, para sua surpresa, diz já ter sido um anjo também, mas que preferiu “cair” e virar humano. Uma bela forma, aliás, de ser alguém de carne e osso encontrada pelo filme. Nathaniel Messinger (Dennis Franz) explica a Seth que basta ele tomar a decisão, subir em um lugar alto e se jogar de lá. O ato é interessante porque é como se o ser iluminado “caísse em tentação”, para os mais apegados à religião, ou então apenas “caísse de amores”, expressão em inglês que significa se apaixonar (fall in love). Seth Plate opta por ter as sensações que sempre sonhou sentir enquanto lia os clássicos de Ernest Hemingway e se joga de uma construção, iniciando uma nova jornada rumo à eternidade.

Particularmente não curti muito o filme, não sei ao certo porquê, mas a lição é muito bonita ao passo que se mostra sofrida, vai caber a perspectiva que cada um se dispor a enxergar. Acima de tudo se trata de escolhas e momentos, ambos depois que se tornam passados não podem ser refeitos e nós precisamos estar abertos e conscientes e lidar com as consequências disto.

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