Dias épicos no Carnaval do Rio de Janeiro

O relato de uma das minhas aventuras na madrugada carioca, pra lembrar que nossas gordurinhas e nossa barriguinha jamais devem nos impedir de viver uma história inesquecível: Eu desfilava todos os anos nas escolas de samba do grupo especial, no RJ, mas sempre no chão. No carnaval de 1998, troquei o sambódromo por uma viagem ao litoral carioca, mas voltei antes do sábado, defile das campeãs, sem nenhuma pretensão de pisar na avenida. Tomava um chope com os amigos no Sindicato do Chopp, no Leblon, quando a irmã de um deles, que tinha desfilado no alto de um carro alegórico da Imperatriz Leopoldinense, ligou perguntando se ele conhecia alguém que topasse desfilar naquela noite, em seu lugar. A escola tinha ficado em terceiro, mas ela não estava na vibe de cair no samba novamente. Eu gritei SIM e promovi um fuzuê.

Acompanhada dos amigos queridos que estavam no bar, fiz uma peregrinação pela cidade. Primeiro, fomos pra São Conrado pegar a fantasia, depois, no metrô de Botafogo, onde enquanto Gabriela Macedo me maquiava, Renato Barone me ajudava a decorar o samba. Na concentração, um preto maravilhoso me pegou no colo e me colocou no “queijo”, no alto do carro alegórico, onde eu, ao contrário da dona da fantasia, que tinha um corpo escultural, exibia orgulhosa minhas gordurinhas e minha barriguinha, que jamais me impediriam de fazer a minha exposição da figura na Sapucaí. Me senti a musa dos tempo do imperador, quando as gorduchas faziam mais sucesso que as magrelas.

Eu acho que nunca vou conseguir descrever a sensação daquele desfile. Eu estava no terceiro carro e lembro de olhar pra trás e ver a escola inteira na avenida. Lembro também de ser içada por um guindaste e guardo até hoje a sensação de ver de lá a Imperatriz desfilar. Foi uma experiência mágica, não só porque foi minha estreia nas alturas de um carro alegórico mas, também, pela noite inusitada, onde eu tinha saído de jeans e camiseta pra uma night no boteco e cheguei em casa de manhã, vestida de Imperatriz, espalhando purpurina por onde passava. Hoje, 22 anos depois, lembro daquela noite como um sonho, que foi realizado antes mesmo de existir 🤩

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