Entre rochas nativas e muitas cores, nada como uma aniversário celebrado em um quarto cigano

Eu estava procurando um lugar diferente para passar meu aniversário de 51 anos, em setembro. Claro que eu ia fazer uma festinha em casa para os amigos, mas queria curtir a virada e o dia longe de Los Angeles. Meu projeto era dar as boas-vindas ao novo ano astral longe da rotina.

Estava eu pesquisando um destino, quando li a entrevista de Riley Keough, minha amada Daisy Jones, na Vanity Fair. Na matéria, Kristen Stewart, uma das melhores amigas de Riley, e a própria “Daisy” falam da despedida de solteira de Keough no Madonna Inn. Até então, eu sabia que era um hotel cafona (os estadunidenses gostam de chamar de “kitsch”, mas eu chamo de brega mesmo), em San Luís Obispo, uma cidade que fica a aproximadamente 2 horas e 30 minutos de Los Angeles, na estrada para São Francisco

 

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“Tanto Keough quanto Stewart ainda se divertem com a lembrança da viagem de despedida de solteira da Riley ao Madonna Inn, um hotel kitsch, no centro da Califórnia (San Luís Obispo.)

“Somos especialistas em ‘hangs’ em quartos de hotel”, Stewart disse. “No entanto, nunca fomos expulsos de um hotel. Isso quer dizer alguma coisa.”

“Estávamos ouvindo Spice Girls, Backstreet Boys e TLC”, diz Keough. “Os quartos eram rosa e brilhantes. Usávamos bandanas de pênis.”

“Jantamos em um pequeno restaurante estranho e estávamos tocando o rebu”, diz Stewart.

“Há uma foto realmente nada lisonjeira de nós, de ressaca, na manhã seguinte, para sempre na internet”, diz Keough. “É minha memória mais divertida.” (Pesquise no Google o nome dela e “despedida de solteira”: a foto parece o pôster de um filme de gângster.)

Vale a pena ler a entrevista completa de Riley na Vanity Fair:

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Mas nunca tinha entrado no site do tal hotel/spa. Graças as meninas, eu fui fuxicar tudo sobre o Madonna, que cá entre nós já tinha me chamado a atenção por ter o nome da minha popstar favorita, e quando me deparei com o quarto cigano, desenhado para pessoas que como eu, têm alma cigana, não titubeei e fiz uma reserva.

 

 

 

Assim, descobri que o Madonna Inn foi construído por um casal milionário, branco, lógico, que criou um castelo da Cinderela em cima – literalmente – das pedras nativas que habitam a região antes de Cristo, quando o povo indígena, os Chumash, viviam felizes na sua terra natal.

O lado positivo é que a “Disneylândia” é cafona, mas criativa. Cada quarto tem um decoração e um tema diferente, Riley, Kristen e as amigas ficaram em um quarto rosa, como elas mencionaram na entrevista, que possivelmente foi o Madonna, ou o quarto das noivas (apropriado para despedidas de solteira), enquanto o meu tinha o teto colorido, seguindo a tradição cigana.

 

 

Tem mais de 100 quartos temáticos (muitos são rosa, que é a cor oficial do hotel/spa), atendendo a todos os públicos, nos vários andares do castelo com a bela vista das montanhas do centro da Califórnia.

Curioso? Veja aqui:

 

 

Mas o que realmente me chamou a atenção no meu quarto, que fica no subsolo, foram as paredes de pedras nativas e o banheiro também de pedra, onde o chuveiro produz uma cachoeira.

 

 

Sim, o Madonna Inn é um hotel/spa de luxo, caríssimo. Pelos mimos no quarto, vocês já conseguem sentir a vibe do lugar que, não à toa, é frequentado por celebridades. Tenho consciência que faço parte de um grupo seleto de pessoas privilegiadas que podem passar 2 noites no local. Até porque, apesar da propaganda gratuita, eu paguei pela minha estadia e todas as minhas despesas, incluindo refeições e drinks.

 

 

Mas eu confesso que fiquei impressionada com a energia boa que senti durante a minha hospedagem, especialmente no meu cantinho “Gipsy Rock.” Abracei as pedras, curti as cores do arco-íris, que também representam a bandeira LGBTQIA, que carrego em nome de muitos dos meus besties, e me diverti com a cafonice do lugar. Brindei a vida e agradeci as bençãos de ter a chance de me dar de presente um aniversário digno das estrelas Keough e Stewart, que também tive o prazer de conhecer pessoalmente e sei que, como eu, elas têm consciência que, apesar das tentativas do homem branco, os colonizadores não roubaram a herança de paz que os Chumash deixaram naquela terra, mesmo quando foram expulsos de lá.

Conto mais da história do lugar e o povo Chumash no post sobre San Luís Obispo:

 

 

Também vou compartilhar mais sobre as atrações que o Madonna Inn oferece, pois o passeio é lindo e me fez bem, com isso achei que a dividir a experiência em si, valia a propaganda gratuita do estabelecimento.

A maturidade e meus últimos anos de jornada, quando passei praticamente 1 ano sem residência fixa, no sofá dos amigos, foi uma injeção de aventuras para a minha alma cigana, ao mesmo tempo que me incentivou a me aprofundar mais sobre a história dos ancestrais que habitavam o país onde resido, dando um significado novo as minhas viagens pelos Estados Unidos a fora.

Daí escolhi passar meu níver no Madonna Inn, não só porque Riley e Kristen estiveram lá, não só porque é praticamente um parque de diversões, onde cada quarto é literalmente uma atração, mas, especialmente, por ser uma terra abençoada com a energia de um povo que renasce quando sua história é lembrada.

 

Fazer aniversário pra mim é renascer e foi muito especial estar cercada das pedras que um dia serviram ao povo Chumash, cercada pela natureza que reina belíssima entre as montanha desérticas e o mar, que não fica muito longe dali. Saí do local ainda mais determinada a aprender sobre os ancestrais e os ciganos que moram na minha alma andarilha, que ama cores e aventuras. Valeu cada segundo no meu templo, que foi a minha casinha durante 48 horas, e que me trouxe muita tranquilidade pra enfrentar desafios e lucidez para enxergar as a momentos felizes que são depositados diariamente na minha poupança emocional.

Obrigada Riley e KStew pela dica. Foi um investimento produtivo e divertido, exatamente o que eu buscava pra chegada dos meus 5.1!

 

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