Novidade em NY, Museu da Broadway traz uma viagem imperdível pela história dos espetáculos, bastidores e homenagens que emocionam fãs

Um novo programa imperdível, no coração da Times Square, está a sua espera caso você venha visitar ou mesmo more em Nova York. O Museu da Broadway conta, de forma divertida e interativa, a história de uma das atrações mais populares da Ilha mais famosa do mundo. História essa que se confunde com a própria trajetória de NYC.

Se você, como eu, é fã dos espetáculos que encantaram no passado ou estão em cartaz nos icônicos teatros da região, vai se emocionar com esse tour. E, se você acha que não gosta de teatro, vai sair de lá fascinado e direto pra plateia de um show.

Acreditem, o museu é incrível desse jeito.

O ingresso custa, em média, R$200 (US$40), o que entendo não ser barato, mas vale a pena. O tour não é guiado, o que eu prefiro. Fica por conta do visitante. Eu fiquei umas 3 horas por lá, o que é mais ou menos o tempo que eles aconselham pra gente ver tudo com calma.

Dei sorte que não estava tão cheio no horário que fui, durante a semana, pela manhã, logo que abre.

Pra mim foi uma mistura de aprendizado – pois conheci bastante da história do passado- como uma viagem ao meu próprio passado.

O primeiro espetáculo que assisti na Broadway foi “Chorus Line”, na minha primeira visita a cidade, em 1989.

Eu tinha 16 anos, morava ainda na Tijuca, no Rio de Janeiro, e pouco antes de viajar com meus pais e meu irmão de férias pra NY, eu li uma entrevista da atriz Claudia Raia contando que, quando morou na Big Apple, onde foi estudar dança, ela tinha feito parte do elenco de “Chorus Line”. Eu fiquei enlouquecida e convenci meu pai a me levar pra ver o espetáculo que, em uma das temporadas anteriores, tinha aberto as portas para uma atriz/dançarina brasileira.

Na época, a região da Broadway e a Times Square era muito diferente do que é hoje. Nova York era uma das cidades mais violentas do mundo (e a mais perigosa dos EUA), então não era um programa nem seguro e nem barato (isso não é até hoje, os ingressos são caros, especialmente em reais, naquela época ainda não existia a tenda de descontos onde hoje a gente pode tentar comprar ingressos de última hora, por preços bem mais acessíveis), mas meu pai realizou meu sonho e me levou pra ver o musical que marcou a minha estreia na plateia da Broadway.

Fiquei encantada quando vi a sessão “Chorus Line” no museu. Sinceramente, 34 anos depois, eu vi que o espetáculo foi mais lendário do que eu imaginava. Mais que meu sonho, eu pude participar de um pedaço da história do teatro. Me emocionei.

 

Aliás, foi boa surpresa atrás de boa surpresa. Eu também percebi ali que tinha visto mais musicais do que eu imaginava, entre eles os icônicos “Cats”, “Fantasma da Ópera”, “Miss Saigon”, “Grease”, uma montagem mais recente do revolucionário “Hair,” “Sunset Boulevard (protagonizado pela Glenn Close, sim eu vi a estrela ao vivo no teatro!), e, mais recentemente, o genial “Hadestown,” entre outros tantos, destacando meu todo favorito “Rent”.

 

Hair

 

 

No museu tem uma sessão especial de “Rent” que foi um espetáculo revolucionário. Uma placa no local me fez lembrar que eu assisti no mês que estreou com o elenco original na Broadway, em 1996, numa viagem que fiz a NY. Creio que tenha sido o único show da Broadway que eu vi com o elenco original até hoje e foi inesquecível até porque, poucos meses antes, o criador e diretor do espetáculo, Jonathan Larson tinha falecido repentinamente (de um problema na aorta), aos 35 anos, na véspera da estreia Off-Broadway de “Rent”, o que tornou a trajetória do musical ainda mais marcante.

Mais detalhes sobre “Rent” e o brilhantismo de Larson nos posts que seguem. Vale conferir, inclusive a adaptação do espetáculo teatral para a tela. Vai ser fácil vocês entenderem porque me tocou tanto e virou minha obsessão (eu vi a montagem com Vanessa Hudgens, no Hollywood Bowl, em LA, anos depois também).

  

 

 

 

“Rent” fala sobre a perda de um jovem em consequência do vírus da Aids, e a Broadway perdeu muitas das estrelas dos palcos e bastidores durante a epidemia da doença no final dos anos 80, começo de 90, nos EUA. Uma sala do museu, próxima da sala de “Rent”, homenageia todos os anjos que se foram, o que torna o tour ainda mais emocionante.

Em homenagem aos profissionais da Broadway portadores do vírus da AIDS que faleceram em consequência do HIV

Outro destaque do museu é que, desde a entrada, somos levados aos bastidores dos espetáculos da Broadway e, além de ver o que acontece atrás das cortinas, temos a sensação de fazer parte da equipe gigantesca que trabalha arduamente todos os dias para que os espetáculos aconteçam. Instalações e vídeos explicam e mostram como a mágica acontece. É incrível, seja pra você que sonha em trabalhar com isso ou você que é curioso (a) e adora descobrir os segredos dos bastidores (sou dessas!).

Já deu pra perceber que amei o tour e sai do Museu da Broadway ainda mais fã dos profissionais envolvidos nos musicais lendários que assisti ao longo dos anos.

Aliás, a primeira coisa que fiz quando o passeio acabou foi mandar mensagem pra uma amiga que mora em NY e é obcecada pela Broadway dizendo que eu ia ver “Hamilton”, o musical de Lin-Manuel Miranda, que foi o mais celebrado pela crítica e pelo público, na última década. A amiga, que já tinha visto, animou para a alegria da menina de 16 anos, aquela que viu “Chorus Line” e que ainda mora no meu corpo de 50, foi comigo novamente. Só digo uma coisa, o espetáculo conseguiu superar as minhas altas expectativas. Mas esse é um assunto pro próximo post que publicaremos em breve! Fiquem ligados.

 

 

 

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