A ilha de Catalina, conhecida por ser um pitoresco destino turístico hoje em dia, fica a aproximadamente 1 hora de ferry de Long Beach (a viagem de LA até lá, incluindo dirigir até Long Beach, leva aproximadamente 2 horas e meia, dependendo do trânsito).

Estive lá em 2021, o que foi um refresco ao ar livre, em tempos de pandemia, depois que fomos vacinados contra a COVID, nos EUA.










Fui com as amigas e o passeio rendeu a emoção das ondas no ferry (se você enjoa no mar, melhor tomar um remedinho antes de embarcar), brindamos a vida em tempos difíceis e saboreamos quitutes mexicanos, no bar de um hotel à beira-mar. O dia estava lindo e valeu a caminhada, sob um céu azul, pelo centro da ilha, de onde admirávamos as belas casas de veraneio e os barcos que dão lugar aos carros no local.






Foi um dia especialmente delicioso, depois de tanto tempo de isolamento social, fazer um programa em boa companhia (ainda usávamos máscara naquela época), na terra original dos Tongva, o povo indígena que habitava Catalina (assim como Los Angeles e várias localidades do Sul da Califórnia). Como sabemos eles foram expulsos de sua terra, escravizados e mortos durante a colonização.










Mas a energia dos Tongva segue na ilha que tem um visual lindo de viver. Aproveito para homenagear os Tongva, através da figura de Narcisa Higuera, fotografada em 1905, que foi uma das últimas pessoas fluentes em tongva.

E, para celebrar os Tongva, também escolhi Catalina para o último capítulo do diário da minha viagem no navio Radiance, da Carnival, já que a ilha foi uma das nossas paradas e onde passei meu último dia de 2024. Não sai do navio, mas, sentada no deck, com o visual de Catalina, fiz aquela tradicional reflexão de final de ano. Deixei também minha imaginação fluir e imaginei o tempo que os Tongva ainda viviam lá, em paz, usando os recursos da natureza para a sua sobrevivência. Senti a vibração dos ancestrais e com essa energia recebi o novo ano. Estamos vivendo tempos difíceis com a ascensão da extrema direita nos EUA e, pelo mundo afora, mas a resiliência dos povos indígenas me servem de inspiração agora mais que nunca.
Do topo da minha realidade privilegiada, me sinto abençoada com a oportunidade de passar quatro dias no navio, que renderam muita diversão, brindes e uns quilinhos a mais, graças aos maravilhosos quitutes. Dancei, ri, apostei, sem exageros, cantei, fiz novos amigos. Terminei o ano com a vibração dos Tongva, em Catalina e comecei o ano, como minha alma cigana gosta, visitando uma cidade pela primeira vez em um país que não é nem os EUA, nem o Brasil, a baía de Ensenada, no México.





Com toda a breguice de uma viagem de Cruzeiro, a diversão é garantida num clima anos 80/90. Bom ressaltar que esses não foram publi posts, pois nenhuma despesa foi patrocinada pela Carnival, inclusive paguei mais caro por ser réveillon, mas valeu cada centavo, como aproveitei como cada segundo. Indico.





Aqui alguns capítulos do diário dessa viagem. Obrigada a vocês que acompanharam a aventura em alto-mar!


